O governador Eduardo Riedel (PSDB) anunciou, ontem (20), que vai apresentar um projeto de lei na Assembleia Legislativa para subsidiar um “upgrade” das CNHs (Carteiras Nacionais de Habilitação) dos tios C e D para D e E, respectivamente, para que 1 mil motoristas de caminhão estejam aptos a conduzir grandes veículos nas rodovias, suprindo o déficit de mão de obra no setor estadual de transportes.
Segundo Riedel, a deficiência no mercado de trabalho está sendo identificada em várias categorias e, por isso, o Estado vai entrar com uma política pública junto com as entidades representativas do setor para que a ação aconteça em uma escala maior.
O secretário estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação, Jaime Verruck, explicou que os motoristas de caminhão só podem atuar no transporte se possuírem carteira D ou E.
O “upgrade” dessas carteiras custa aproximadamente R$ 6 mil, o que faz com que motoristas desistam de avançar à próxima categoria. Hoje, conforme ele, no Estado são 500 motoristas parados.
O motorista de caminhão só pode dirigir se ele é D ou E, enquanto o motorista de grandes caminhões só pode com E. O motorista da D, vai para E, e quem está na C para E.
De início, serão disponibilizadas 1.000 vagas e o “voucher” para realizar essa mudança na CNH deverá ser concedido de acordo com a demanda. O projeto deve ser assinado e levado à Assembleia Legislativa no dia 2 de maio.
O governador disse que vai mandar um projeto de lei que não vai cobrar para quem tiver no programa. Com esse voucher, ele recebe, entra no sistema, faz o curso e apresenta no Detran, inserindo pessoas de forma imediata no mercado de trabalho.
Segundo o estudo realizado pelo Sindicato dos Trabalhadores em Transporte de Cargas de MS (Sindicargas) em parceria com a categoria, hoje, mais de cinco mil trabalhadores compõem o grupo estagnado nas categorias “C” e “D”, com salários em torno de R$ 2,5 a R$ 3 mil.
Um motorista com categoria “E” ganha em média R$ 8 mil, com trabalhadores que tiram até R$ 17 mil e outros que batem apenas R$ 3,5 mil no mês.
Para avançar para essa última categoria de habilitação, estima-se que o trabalhador hoje – além de participar do curso de 30 dias para a progressão – precise desembolsar pelo menos R$ 4,2 mil no processo.
No fim de março, Mato Grosso do Sul estava precisando de aproximadamente 3.000 trabalhadores para o setor em 2023. A falta de mão de obra faz com que empresas deixem parte de suas frotas estacionadas, sem profissionais qualificados para atuar.