Segundo o site Correio do Estado, trata-se de um relatório amplo e detalhado com informações dos donos desses veículos e o que chama mais a atenção é a grande quantidade de caminhonetes e de veículos de passeio novos e de alto valor. No comunicado, a Sejusp informou que cumpriu rigorosamente o levantamento solicitado pelo ministro Alexandre de Moraes, que quer identificar os financiadores e líderes das manifestações que pedem intervenção federal dos militares e a manutenção de Jair Bolsonaro no poder.
Semana passada, o promotor de Justiça Humberto Lapa Ferri enviou dois ofícios para o diretor-presidente do Detran-MS (Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul), Rudel Espíndola Trindade, e ao comandante-geral da Polícia Militar do Estado, coronel PM Marcos Paulo Gimenez. Ele cobrou esclarecimentos sobre as providências tomadas contra os manifestantes que há 24 dias permanecem na Avenida Duque de Caxias.
O promotor de Justiça Humberto Lapa Ferri usou, como base, a decisão do TSE que pede a desobstrução de vias, além de querer saber se a Polícia Militar e o Detran estão multando veículos que têm estacionado irregularmente para participar das manifestações. Ainda há dezenas de veículos estacionados em local proibido na Avenida Duque de Caxias, sobretudo em cima do canteiro e na faixa lateral direita. No espaço compreendido entre o CMO e o Aeroporto Internacional de Campo Grande, também é proibido estacionar na avenida, que é considerada uma via de fluxo rápido.
Essa lista com 142 veículos já identifica o dono de todos eles. O trabalho foi feito pela Sisp (Superintendência de Inteligência de Segurança Pública). Na terça-feira (22), a Prefeitura de Campo Grande publicou, no Diário Oficial do Município, uma lista com os veículos multados entre os dias 1 e 10 de novembro. Há também veículos com nome de empresas e pessoas jurídicas, como Concrelaje, Farmácia São Bento e LX Armazém.
Esse cruzamento de dados vai ser feito, assim como a identificação se os donos dos veículos estão respondendo a algum processo na Justiça. A lista da Sejusp contém, ainda, veículos em nome de empresas, que também estão sendo investigadas. Já em Dourados, também semana passada, o promotor de Justiça João Linhares ordenou que os comandantes da CPA-1 de Dourados, coronel PM Everson Antônio Rozeni, e comandante da PRM Dourados, coronel PM Marcos Vinícius Poleti, aplicassem multa e até guincho para manifestantes que desrespeitem o Código de Trânsito Brasileiro durante manifestações. No dia seguinte, a via próxima ao quartel estava liberada.
Por enquanto, a única forma de atuação das autoridades estaduais nos protestos bolsonaristas, considerados antidemocráticos por contestar o resultado das eleições e as urnas eletrônicas, foi o envio de dossiês informando as lideranças e as placas dos veículos utilizados nos protestos. A questão agora é que esse trabalho pode desencadear na descoberta de outras infrações de eleitores brasileiros que defendem a intervenção federal por militares com a manutenção de Bolsonaro na presidência da República. Na Avenida Duque de Caxias, o número de manifestantes bolsonaristas ainda atrapalha o trânsito, embora menor na comparação com a semana passada.