O surgimento da sublinhagem BQ.1 da variante Ômicron e a pouca adesão às doses de reforço das vacinas contra a Covid-19 trouxe uma nova preocupação para o Ministério da Saúde, que já liberou a aplicação de uma 5ª dose do imunizante. Porém, mesmo antes desta autorização, os Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Amazonas, Pernambuco, Espírito Santo, Paraná, Rio Grande do Norte, Acre, Minas Gerais, Bahia, Sergipe e Alagoas já estão aplicando a vacina em pessoas com imunossupressão.
Além disso, a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) fez um comunicado sobre o aumento dos casos no Rio de Janeiro, Amazonas, São Paulo e Rio Grande do Sul e, conforme a Abrafarma (Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias), o número de testes positivos no varejo farmacêutico subiu 38% em uma semana, com 4.850 diagnósticos no período de 31 de outubro a 6 de novembro.
Em Campo Grande, a Superintendência de Vigilância em Saúde, responsável por acompanhar a evolução da doença no município, alertou para o aumento no número de testes realizados. No dia 7 de novembro foram realizados 31 PCRs, exame-padrão para o diagnóstico, um aumento de mais de 300% se comparado ao mesmo período do mês anterior. A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) não confirmou nenhum caso da nova variante até o momento.
De acordo com o médico infectologista Júlio Croda, a proteção da vacina dura em torno de seis meses, portanto é ideal que as pessoas tenham uma dose de vacina recente. Em contrapartida, na opinião do médico sanitarista e ex-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária Gonzalo Vecina Neto, a aplicação da 5ª dose é contraditória, tendo em vista que, até o momento, não existem evidências de que ela aumente a produção de anticorpos no corpo humano.
Ele acrescentou ainda que uma alternativa mais adequada seria ter uma 5ª dose de uma vacina bivalente, como é o caso do imunizante Pfizer ou da Moderna, que está em processo final de registro na Anvisa e deve ser liberada nos próximos dias, para, a partir de então, termos uma vacina que proteja contra a nova variante, o que, de acordo com o médico especialista, as vacinas atuais ainda não são capazes de fazer. Com informações do jornal O Estado MS