Com R$ 10 milhões em leilão, Bigolin vai pagar trabalhadores e dar calote em bancos

O 2º leilão de bens do Grupo de Materiais de Construção Bigolin arrecadou R$ 10.091.502,00, sendo o lote de maior valor a loja localizada na Rua 13 de Maio, em Campo Grande (MS). Ao todo, os dois certames somaram R$ 29.958.880,80, sendo que do primeiro uma parte do dinheiro foi destinada ao pagamento dos créditos extraconcursais (R$ 4 milhões) e esse segundo é para quitar créditos trabalhistas até a primeira quinzena de setembro.

Contudo, como a dívida total da empresa, que teve falência decretada pela Justiça, deve superar R$ 100 milhões, é dado como certo um calote de no mínimo R$ 60 milhões, que deve abarcar bancos (garantia real), administração pública (tributário) e quirografário (credor que não possui um direito real de garantia). De acordo com José Eduardo Chemin Cury, da administradora judicial Pradebon e Cury Advogados Associados, os pagamentos começaram com os extraconcursais, que inclui despesas da falência, como funcionários, alarme, energia e tributos.

A fila de pagamentos vai prosseguir com os créditos trabalhistas. A administradora judicial anexou lista ao processo, num total de R$ 10 milhões de quem já teve o valor do débito reconhecido. Nesta semana, será feito um mutirão de conciliação na Justiça do Trabalho para tentar acordos com desconto de até 30%, ou seja, se em um caso hipotético a pessoa cobrar R$ 10 mil, vai receber R$ 7 mil se anuir com a proposta de acordo.

Esses valores ainda em impasse na Justiça do Trabalho totalizam R$ 242 mil. Quando se esgotar os R$ 29 milhões arrecadados com os leilões, vai restar o calote, diante de uma dívida calculada em R$ 100 milhões. No segundo leilão, foi vendido o imóvel da Rua 13 de Maio, arrematado por R$ 9,3 milhões. A loja foi avaliada em R$ 14 milhões. Também foram arrematados terrenos, mas um dos compradores pediu à Justiça para o negócio ser desfeito diante de erro de localização e pela área estar ocupada.