Seria deboche ou cara de pau? Amorim pede para tirar férias em Madrid, mesmo com dívida milionária

A cara de pau do empresário João Amorim, que está enrolado até o pescoço em esquema de corrupção envolvendo o ex-governador André Puccinelli (MDB), é de tirar até a Justiça do sério. Ele solicitou autorização à Justiça para passar 20 dias em Madrid, capital da Espanha, mesmo com a situação financeira oficialmente estar descontrolada.

O passaporte dele está retido justamente por conta de uma das operações que apuram o esquema de corrupção, mas, mesmo assim, ele entrou com pedido para viajar para a Espanha por 20 dias, sendo de outubro a novembro deste ano, mas a juíza federal substituta Júlia Cavalcante Silva Barbosa, da 3ª Vara Federal de Campo Grande negou em razão da situação financeira do empresário.

Nesta quarta-feira (27), o juiz Cássio Roberto dos Santos deu 48 horas para que ele devolva chaves de duas salas em condomínio de luxo em que mantinha escritório, sob risco de arrombamento do imóvel, inclusive, com reforço policial, caso seja necessário.

Além disso, a juíza Joseliza Turine deu prazo de 10 dias para que João Amorim pague uma diferença de R$ 1,1 milhão para quitar a dívida milionária da Proteco Construções Ltda., de sua propriedade, junto ao Governo do Estado. Ele ofereceu bem no valor de R$ 9,4 milhões para penhorar, mas a soma a ser quitada é de R$ 10,5 milhões.

No primeiro caso, o empresário tem duas salas em edifício localizado no centro de Campo Grande e ficou sem pagar taxas condominiais de novembro de 2014 a novembro de 2016. Em março de 2017 a dívida já estava em R$ 63,7 milhões e a quitação foi negociada. O pagamento seria feito em seis parcelas, contudo Amorim só debitou a primeira integralmente e parte da segunda.

Após várias tentativas, conforme explica o responsável pelo condomínio na ação de cobrança, a decisão foi de judicializar a questão em maio de 2018. No mesmo mês, a Justiça determinou o pagamento da dívida, mas em agosto daquele ano Amorim ainda não tinha sido encontrado para notificação.

À época, a filha do empresário usava as salas, porém, ainda segundo informado nos autos, não prestava informações ao condomínio sobre o paradeiro do pai. Em fevereiro de 2019 Amorim ainda não tinha sido encontrado pela Justiça, assim foi até meados de 2020 quando a defesa dele se manifestou alegando que as salas seriam colocadas à venda.

Tempos depois ele voltou atrás e agora, no fim de julho, após o condomínio informar que existem interessados em comprar os imóveis, mas não há como adentrar as salas porque as chaves foram retiradas da imobiliária por Amorim, a Justiça determinou que, caso as chaves não sejam fornecidas em 48 horas, as salas sejam arrombadas, mesmo que para isso seja preciso acionar a polícia.

No segundo caso, o Estado ingressou com ação em setembro de 2016 cobrando dívida de R$ 4,6 milhões da Proteco Construções junto à Fazenda, fruto de impostos não pagos. Ao decorrer do processo o total chegou a ser negociado, mas, assim como na situação anterior, o empreiteiro não quitou as parcelas firmadas para que a penhora de bens não ocorresse. Com informações do site Campo Grande News