O MPF (Ministério Público Federal) divulgou que um em cada cinco habitantes da população indígena de Dourados (MS) é usuário de bebidas alcoólicas ou de drogas como maconha e cocaína. A situação de precariedade e vulnerabilidade social à qual estão expostos os cerca de 20 mil habitantes das duas principais aldeias da cidade, Jaguapiru e Bororó, ficou exposta após o estupro e morte da menina Raíssa da Silva Cabreira, 11 anos, no último dia 8 de agosto.
Segundo as lideranças indígenas, 99% dos crimes registrados nos dois locais têm origem no uso de bebidas alcoólicas e drogas, um problema disseminado e de difícil solução, que, na visão deles, é ignorado pelas autoridades. Da etnia kaiowá, Raíssa Cabreira foi jogada de uma altura de quase 20 metros após ser estuprada coletivamente por três adolescentes, de 13, 14 e 16 anos, um adulto, de 20 anos, e o próprio tio, Elinho Arévalo, de 34 anos.
Todos eles, da mesma aldeia que a vítima, foram detidos acusados pelo crime e confessaram que o crime foi executado após consumirem bebidas alcoólicas por todo o dia. Elinho Arévalo, segundo a Polícia Civil, se suicidou na última quinta-feira (12), na cela da Penitenciária Estadual de Dourados. Em seu depoimento feito após sua prisão, divulgado pelo delegado de Polícia Civil Erasmo Cubas, responsável pelo caso, disse que estuprava a sobrinha desde que ela foi morar com ele, quando tinha 5 anos, sempre sob o efeito de bebidas.
Seu então companheiro de cela, o outro homem preso pelo crime, disse à Polícia Civil que Elinho Arévalo decidiu se suicidar “como forma de aliviar o peso do vício”. Com informações do jornal O Estado MS