As autoridades sanitárias do Paraguai já confirmaram dois casos de pessoas com Covid-19 que foram infectadas pelo chamado “fungo negro” ou “mucormicos”, que pode levar à morte e causar mutilação de partes do corpo afetadas. Trata-se de uma mulher da cidade paraguaia de Coronel Oviedo e um homem de Assunção, capital do Paraguai, sendo que os dois têm diabetes e, no caso da mulher, a infecção é na boca, enquanto no homem é no pulmão.
Médicos relacionam os casos à baixa imunidade de pessoas contagiadas pelo novo coronavírus. Na semana passada, 9 mil casos de infecção provocada pelo fungo negro foram registrados na Índia, atual epicentro mundial da Covid-19. O fungo não é novidade e sempre foi encontrado naturalmente no ambiente, mas a preocupação é com a infecção provocada em pessoas debilitadas pela doença.
A mucormicose atinge principalmente diabéticos infectados pelo novo coronavírus, gerando lesões na mucosa nasal ou bucal e há casos em que os olhos. O fungo negro não é transmitido de pessoa para pessoa. Estudo feito em 2017 por acadêmicos de dermatologia do Paraguai revela que o fungo negro existe há muito tempo no país.
Em sua rede social, a dermatologista paraguaia Ana Claudia Rivas disse que em pessoas com imunidade alta, o fungo não causa qualquer lesão, mas pode ser fatal em pacientes diabéticos, com câncer ou transplantados que usam corticoides. O fungo negro passou a ser relacionado com a covid-19 porque muitas pessoas infectadas pelo vírus usam corticoides por tempo prolongado, causando aumento da glicemia e baixa imunidade.