A fronteira do Paraguai com Mato Grosso do Sul voltou a ficar um barril de pólvora. No mesmo dia em que um agente penitenciário do Presídio Regional de Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia que faz fronteira com Ponta Porã (MS), foi executado a tiros, o diretor e o chefe de segurança do presídio foram ameaçados de morte em vídeo gravado por um integrante da facção criminosa brasileira PCC (Primeiro Comando da Capital).
No recado, o criminoso adverte que o bando pode executar os servidores em circunstâncias ainda piores do que as em que o agente foi morto. Juan Carlos Valiente Quiñonez, de 37 anos, tinha acabado de sair do turno de trabalho na penitenciária quando foi surpreendido por dois atiradores, a 100 metros da cadeia.
“Se vocês continuarem oprimindo os companheiros aí mano e até mesmo qualquer um aí do cárcere de Pedro Juan, vai acontecer com vocês até pior do que aconteceu com o Juan Carlos. A gente vai atirar só na cara de vocês, para vocês aprenderem a não oprimir mais ninguém”, avisa o homem diante da tela de um celular onde aparecem escritos os nomes do Luís Esquivel, diretor da penitenciária e do chefe de segurança da unidade prisional, identificado apenas como Felipe. E o homem não para por aí.
“A gente vai pegar e vai matar até o cachorro de vocês, a gente tá mandando um salve aí. Vaza daqui mano, se vocês até pensarem em fazer até compra aqui, qualquer compra aqui, a gente vai empurrar vocês, vai queimar vocês dentro do carro de vocês então vocês parem de oprimir os caras aí no cárcere de Pedro Juan, porque os cara não estão sozinhos não, mano, os cara não tá sozinho nunca na vida”, completa o integrante da facção enquanto engatilha uma arma. “A gente vai atirar só na cara…vai ser só caixão fechado”, reitera.
Apesar das ameaças, Luís Esquivel disse em entrevista à imprensa paraguaia nesta quinta-feira (26) que não vai se intimidar. “É um preço que estamos dispostos a pagar pelo bom serviço do trabalho penitenciário, vamos continuar trabalhando sem baixar os braços”, disse a respeito das ameaças ao portal Frontera3.
O clima de tensão na Penitenciária Regional de Pedro Juan Caballero, começou na última sexta-feira (21), quando funcionários do local foram ameaçados de morte pelos presos durante o pente-fino nas celas. As ameaças teriam partido principalmente da facção Clã Rotela, inimiga do PCC. Por causa dos ataques, quatro líderes do grupo foram transferidos. Com informações do site Campo Grande News