O ex-secretário estadual de Obras e ex-deputado federal Edson Giroto entrou com um pedido para anular a segunda condenação contra ele por agredir a jornalista Mariana Rodrigues em março de 2018 em Campo Grande (MS). Ele alega que um dos juízes que o condenaram na segunda instância é o mesmo que atuou na instância inicial e, por isso, o júri deve ser anulado.
Conforme o pedido da defesa, o juiz Vitor Luiz de Oliveira Guibo atuou no processo que envolvia o cliente e Mariana Rodrigues, inclusive foi ele o responsável por aceitar a denúncia do MPE (Ministério Público Estadual), em setembro de 2018, por agredir a profissional da comunicação, em frente à Superintendência da Polícia Federal.
No dia 4 de dezembro de 2019, a juíza Simone Nakamatsu condenou Edson Giroto a penas de um mês de detenção e 15 dias de prisão simples a ser cumprida em regime aberto. Insatisfeito com a decisão, a defesa recorreu ao TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul). Lá, o processo foi parar na 1ª Turma Recursal Mista, onde Vitor Luiz de Oliveira Guibo era um de seus membros e participou do julgamento, dia 5 de novembro de 2020, que manteve a condenação em 1ª instância.
No dia 23 de novembro, os advogados citaram decisões anteriores sobre o assunto (jurisprudência do TJ e STJ) e entraram com o pedido de anulação de julgamento. Eles alegam que, agora, nem mesmo os outros dois juízes que estavam no julgamento da 2ª instância poderão participar de um novo júri. Ainda segundo a defesa, o processo deverá ser julgado pelos suplentes da 1ª Turma ou então ser enviado para outra turma recursal. Convidado a opinar, o MPE se manifestou favorável ao pedido da defesa de Edson Giroto.
O crime
No dia da agressão, Giroto chegava – mais uma vez – à seda da PF para prestar esclarecimentos a respeito das várias acusações de corrupção que sofreu, no âmbito da Operação Lama Asfáltica. Ainda segundo a denúncia do MPE, a repórter Mariana Rodrigues filmava a chegada dele quando o ex-político, que já ficou preso, deu um tapa no celular dela, que bateu na boca e causou ferimentos visíveis, além de abalo moral ao ser agredida no exercício de sua atividade.
Giroto se defendeu dizendo que apenas queria tapar a lente da câmera do aparelho e não agredir. No entanto, imagens e o relato de testemunhas mostraram o contrário. Com informações do site TopMídiaNews