Tretas do Trutis: PF diz que deputado armou atentado de olho em ganho político. Vai vendo!

As investigações da Polícia Federal contra o deputado federal Loester Trutis (PSL/MS), mais conhecido como “Tio Trutis”, como parte da “Operação Tracker”, traz à tona algo que muitos já suspeitavam: o falso comunicado de atentado registrado em fevereiro do ano passado tinha o objetivo de ganhos políticos. Para a PF, o atentado foi simulado pelo “nobre” parlamentar de olho em dividendos políticos e eleitorais, pois ele é um entusiasta voraz da flexibilização do acesso às armas.

Ainda conforme a Polícia, ele sequer foi seguido no dia do suposto ataque a tiros e, além disso, a descrição dada pelo deputado federal sobre o veículo supostamente envolvido no atentado contra ele levou os investigadores a uma caminhonete “antiga e deteriorada, que certamente não teria condições mecânicas razoáveis para ser utilizada em um atentado em face de alguém que estava embarcado em um potente Toyota Corolla”, conforme descreve o inquérito.

Com base no trabalho da PF, a ministra Rosa Weber deferiu os pedidos para busca e apreensão contra Trutis, seu irmão, Alberto Carlos Gomes de Souza, Fidelis e Jovani Batista da Silva. Os mandados foram cumpridos durante a Operação Tracker, em novembro do ano passado. Para a magistrada do STF, as provas obtidas no âmbito da investigação podem implicar Tio Trutis nos crimes de porte ilegal de arma de fogo de uso permitido, disparo de arma de fogo, dano e comunicação falsa de crime.

O deputado chegou a ser preso durante o cumprimento dos mandados, pois portava um fuzil de uso restrito. A defesa de Trutis tentou trancar as investigações ao apresentar dois habeas corpus idênticos no plantão de fim de ano do STF. O primeiro foi negado em caráter liminar pelo presidente da corte, ministro Luiz Fux. O deputado desistiu do recurso e apostou suas fichas no segundo habeas corpus – que terminou derrubado na última quinta-feira (4).

 

Dilação de prazo

Em manifestação assinada pelo vice-procurador-geral da República Humberto Jacques de Medeiros, o MPF opinou por aguardar o resultado da perícia das armas confiscadas com Trutis para emitir parecer sobre a competência do STF para investigar o caso. Isto porque a Polícia Federal encontrou projéteis na estrada vicinal em que o Toyota Corolla de Trutis ficou parado na manhã do suposto ataque.

As munições teriam saído de uma pistola 9 mm da marca Glock, não localizada pela polícia. O MPF quer saber se as armas apreendidas foram usadas para disparar os projéteis encontrados, o que evidenciaria a possibilidade de o atentado ter sido armado pelo parlamentar.

Ainda durante a Operação Tracker, os policiais encontraram uma pistola Taurus calibre 9 mm, guardada em uma maleta na suíte da casa do irmão de Trutis, Alberto Carlos Gomes de Souza. Como o registro da arma não foi apresentado e o calibre era “compatível com os fatos investigados”, os agentes apreenderam a pistola. Mais tarde, ela acabou devolvida ao irmão do deputado. Com informações do site Midiamax