O ex-vice-presidente do Paraguai, Óscar Denis Sánchez, completou 150 dias nas mãos de sequestradores na região de fronteira do país vizinho com Mato Grosso do Sul. Ele foi capturado no dia 9 de setembro do ano passado e até agora a Polícia Nacional do Paraguai não tem nenhuma informação sobre o seu paradeiro.
Com críticas às autoridades, uma das filhas disse que falta vontade política do Executivo, do Judiciário e até do Legislativo do Paraguai para solucionar o caso. Beatriz Denis voltou a pedir com as irmãs a libertação de seu pai após o 150º dia de seu sequestro. Ela garantiu que “há um pouco falta de vontade política” e instou os três poderes do Estado a coordenar ações para encontrar ou descobrir algo sobre o político liberal.
“O fato de os três paraguaios permanecerem em cativeiro é responsabilidade do Governo. Eles deveriam nos dar tudo sem nem mesmo pedir. Pedimos que os três poderes do Estado coordenem as ações”, disse Beatriz Denis. As filhas de Denis reiteraram que não sabem nada sobre o pai e que ainda aguardam os resultados.
“É hora de saber algo sobre o papai, pedimos que cumpram, porque obedecemos. Ainda estamos esperando os resultados. As autoridades se dedicam mais a seus interesses partidários, mas continuamos esperando. Temos esperança. Deus nos dá força para sermos firmes na luta diária”, ponderou Beatriz.
A filha lamentou, ainda, que as informações sobre o sequestro ou sobre seu pai sejam quase nulas. “Para nós, um adiantamento seria ter informações sobre o papai ou o outro sequestrado. Não avançamos, não temos nada. Eu sei que eles estão visitando, conversando com as comunidades, mas não temos nada. A família vai continuar exigindo, vendo outras alternativas para poder encontrar o nosso pai”, destacou.
Entenda o caso
Óscar Denis Sánchez foi levado pela autodenominada Brigada Indígena do EPP (Exército Popular Paraguaio) em 9 de setembro de 2020. O sequestro ocorreu quando o ex-político liberal dirigia sua caminhonete em uma estrada interna de sua Fazenda Tranquerita, localizada no Departamento de Amambay, em Bella Vista Norte, cidade paraguaia que faz fronteira com Bela Vista (MS).
No momento do sequestro, ele estava com Adelio Mendoza, um trabalhador indígena que foi obrigado pelos sequestradores a acompanhar seu patrão. Entretanto, após cinco dias em cativeiro, em 14 de setembro o nativo foi solto. Segundo o que Mendoza havia dito naquela tarde, o ex-vice-presidente da República ainda estava vivo em cativeiro.