Com a divulgação do vídeo onde o 2º tenente PM André Luiz Leonel espanca uma empresária em Bonito (MS), surgiu uma pergunta que não quer calar: Por que só agora a Polícia Militar resolveu agir e afastar o oficial? Afinal, o crime aconteceu no dia 26 de setembro e, mesmo assim, André Leonel só foi suspenso por determinação do governador Reinaldo Azambuja, pois o comando da força policial tinha anunciado apenas a abertura de um inquérito.
Além disso, o 2º tenente PM já respondeu a procedimento por suposto excesso após abordagem que teve disparos de arma de fogo e tiro de bala de borracha. Ele foi investigado pela 1ª Companhia Independente, unidade o qual é lotado, e o inquérito concluiu que não houve transgressões por parte dele ou dos demais servidores envolvidos na ocorrência.
Porém, de acordo com a empresária que foi agredida por André Leonel, “todo mundo tem medo desse Tenente Terror”. Ela procurou ontem (23) a Corregedoria da Polícia Militar em Campo Grande para denunciar o oficial que aparece a agredindo no vídeo. Na cena, outro PM ainda parece segurar a mulher na cadeira para que o colega continue batendo.
Segundo a empresária, todo mundo tem medo do tenente que a agrediu, por isso ela acredita que ninguém fez nada. Ela espera que outras pessoas que foram agredidas pelo tenente procure a corregedoria para denunciá-lo. “Espero que a justiça seja feita, só isso. E que as pessoas tenham empatia e respeito por crianças especiais. A gente já vive na sombra, com problemas, com surtos, com remédios caros. Minha carga já é pesada em casa”, falou aos jornalistas.
Ou seja, com todo esse histórico, é inadmissível que o 2º tenente PM André Luiz Leonel ainda não tivesse sido punido pela Polícia Militar. Seria corporativismo? Isso ninguém fala, mas, parece que os dias de “machão” do oficial estão contados.
Primeiro procedimento
Sobre o primeiro procedimento que foi aberto contra ele e que acabou não dano em nada, os fatos ocorreram em novembro de 2018, quando um homem que é lutador, empresário e produtor de eventos se envolveu em caso de violência doméstica. O indivíduo, durante discussão com a esposa tomou o celular dela e se recusou a devolver.
A vítima então procurou o quartel da PM para relatar o ocorrido, na tentativa de reaver o aparelho. Os policiais de serviço foram de viatura até a academia do suspeito. Consta no inquérito que lá, o homem teria se recusado a devolver o aparelho, desrespeitou a PM e fugiu do local.
A equipe então acionou o referido oficial, que estava de sobreaviso, a fim de mais esclarecimentos sobre quais os procedimentos a serem adotados. Neste meio tempo, o homem teria passado em frente ao quartel e provocado o policial que lá estava. No entanto, a viatura chegou rapidamente e o lutador começou a desafiar os militares.
Na sequência, voltou a entrar em seu veículo e saiu em alta velocidade. O oficial chegou ao quartel logo em seguia e pediu que as viaturas retornassem. Mais tarde, o homem então voltou para devolver o aparelho e foi cercado por policiais. Ele fugiu mais uma vez, e supostamente lançou o veículo contra um dos PMs, que precisou se jogar para não ser atropelado. A equipe então passou a atirar na lateral dos pneus, para que o homem parasse.
Ele só parou depois que não havia mais condições de trafegar. Ainda conforme registro, foi necessário uso de balas de borracha para contê-lo, tendo em vista que o homem era faixa-preta em ao menos duas modalidades de artes marciais. Em contrapartida, o homem negou tais fatos e disse que foi agredido apenas ao ir devolver o celular. Além disso, acusou o oficial de ter plantado porção de cocaína em seu veículo para incriminá-lo.
Por este motivo, foi submetido a exame toxicológico que comprovou que não havia sinais de uso de entorpecentes. A esposa dele que o denunciou inicialmente, alegou que os policiais envolvidos na ocorrência estavam nervosos e que achou desnecessários os disparos efetuados, tendo em vista que o homem estava desarmado. Ela disse que conviveu com ele por mais de 1 ano e que nunca viu ele consumindo entorpecentes e nem ao menos consumindo bebidas alcoólicas.
Diante de todas estas alegações, o procedimento conduzido pela 1ª Companhia Independente de Bonito concluiu o inquérito alegando que não havia sinais de transgressões. Com informações do site Midiamax