Quando foram eleitos em 2018, os deputados federais Loester Trutis, mais conhecido como “Tio Trutis”, e o médico Luiz Ovando, ambos do PSL de Mato Grosso do Sul, pregaram que fariam na Câmara dos Deputados uma “nova política”, ou seja, sem os vícios do passado.
No entanto, às vésperas de completarem dois anos de mandato, ambos estão dando demonstrações claras de que de “nova” a política só tem o nome, pois na prática eles estão fazendo a “velha” política mesmo.
Afinal de contas, em um ano marcado pelo isolamento social devido à Covid-19, com restrição das atividades parlamentares, sociais e econômicas no Brasil, os deputados federais Tio Trutis e Luiz Ovando usaram mais a cota parlamentar do que em 2019.
Juntos, eles usaram 28,43% a mais desse benefício. Conforme a seção da Transparência da Câmara dos Deputados, em 2019 Tio Trutis gastou R$ 269.267 contra os atuais R$ 291.884 (alta de 8,39%), enquanto Luiz Ovando ganhou de Trutis nesse quesito: no ano passado ele gastou R$ 119.513 com atividades parlamentares e este ano R$ 131.643 (mais 10,14%).
Vale lembrar que grande parte das sessões da Câmara este ano foram remotas, com os parlamentares podendo atuar pelo computador de casa. No auge da pandemia (julho e agosto) foi o período com maior restrição de circulação de pessoas no País.
Os números também mostram que o deputado federal Dagoberto Nogueira (PDT/MS), reduziu os gastos, mas muito pouco. Em 2019 gastou R$ 337.468 e, em 2020, R$ 334.993. Ao contrário de Trutis e Ovando, o deputado federal Fábio Trad (PSD/MS) foi o que mais reduziu gastos com a atividade parlamentar no período.
Em 2019, ele usou R$ 228.850 e, até novembro deste ano, apenas R$ 54.805. Com a gastança de Trutis, Ovando e Dagoberto, a média de redução da cota da bancada foi de apenas 18,51%.
Conforme a Câmara dos Deputados, a Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar (CEAP) custeia as despesas do mandato, como passagens aéreas, combustíveis, conta de celular e alimentação. Algumas são reembolsadas, como as com os Correios, e outras são pagas por débito automático, como a compra de passagens.
Ainda segundo a Casa, nos casos de reembolso, os deputados têm três meses para apresentar os recibos. O valor mensal não utilizado fica acumulado ao longo do ano – isso explica porque em alguns meses o valor gasto pode ser maior que a média mensal. Com informações do site Top Mídia News