Dados levantados por autoridades e divulgados pelo jornal O Estado de S. Paulo revelam que a facção criminosa brasileira PCC (Primeiro Comando da Capital) movimentou, apenas com o tráfico internacional de drogas, algo em torno de R$ 1,2 bilhão no período de junho de 2018 a setembro de 2020.
O valor não inclui negócios particulares feito por membros e associados da facção. O levantamento foi obtido a partir de documentos apreendidos durante a Operação Sharks, que investigou o PCC no período de junho de 2018 a setembro de 2020.
Pela primeira vez, o PCC foi caracterizado pelo Ministério Público como organização de tipo mafioso. O motivo é a estrutura de lavagem de dinheiro da facção — o que restava em termos de organização para que pudesse ser considerada uma máfia.
Dois acusados ligados ao PCC foram presos nesta semana no Paraguai: Marcelo Moreira Prado, o “Sem Querer”, e Eduardo Aparecido de Almeida, o “Pisca”. Um terceiro acusado, Marcos Roberto de Almeida, o “Tuta”, é apontado o chefe da facção nas ruas e segue em liberdade.
Cerca de R$200 milhões foram movimentados no sistema financeiro por meio de contas bancárias em nomes de laranjas e empresas fantasmas. O restante era mantido em casas-cofre, transportado em carros e remetido a doleiros para que enviassem o dinheiro ao exterior e, assim, a facção pagar fornecedores de drogas em países como Bolívia, Paraguai e Peru.