Ele e os irmãos eram sócios de casas de câmbio e uma delas seria a Zafra Câmbios, empresa investigada por lavagem de dinheiro do narcotráfico no âmbito da “Operação Status”, deflagrada semana passada pela Polícia Federal Brasileira e pela Senad (Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai).
Nenê foi torturado e executado a tiros e, com essa morte, o número de execuções na região chega a 81 somente neste ano, sendo 8 mortes em janeiro, 10 em fevereiro, 12 em março, 8 em abril, 7 em maio, 9 em junho, 5 em julho, 11 em agosto e 11 em setembro.
Cristóbal Rojas estava desaparecido desde terça-feira (15) e a família já temia o pior, pois o filho dele tinha sido assassinado há alguns anos ao sair de casa com o carro do pai, mas o alvo seria o empresário. Conforme a Polícia Nacional do Paraguai, a vítima visitava o túmulo do filho, no cemitério de Salto del Guairá, quando teria sido levada por homens armados.
Na madrugada de quarta-feira, a esposa dele procurou a Polícia para denunciar o desaparecimento e, no início da manhã, encontraram o veículo do empresário, uma Toyota Hilux. Poucas horas depois, o corpo dele foi encontrado por moradores em estrada que fica a 8 km da margem do Rio Paraná.
O comissário da Polícia Nacional do Paraguai, Leonor Barrios, chefe de investigações no Departamento de Canindeyú, disse que Cristóbal Rojas tinha marcas de tiros por todo o corpo. Além disso, foi possível verificar que a vítima tinha sinais de tortura e estava algemada.
Ele era dono de um dos principais shoppings da cidade de Salto del Guairá, que é o segundo mais importnte centro de compras da Linha Internacional com Mato Grosso do Sul, atrás apenas de Pedro Juan Caballero, que faz fronteira com Ponta Porã (MS).
O promotor de Justiça Christian Bartomeu, que acompanha as investigações, admitiu suspeita de ligação da morte com a lavagem de dinheiro. Ele afirmou que o empresário e seus irmãos tentavam vender as ações que possuem em casas de câmbio, mas não quis confirmar se uma dessas empresas seria a Zafra Câmbios, localizada em Pedro Juan Caballero.
“Estamos averiguando quais eram os vínculos dos irmãos Rojas com casas de câmbio, mas aparentemente estavam tentando vender as ações. Se havia algum problema, a família ainda não relatou”, afirmou o promotor de Justiça ao ABC Color. Ontem, o ministro da Secretaria de Prevenção à Lavage de Dinheiro, Carlos Arregui, disse que Cristóbal nunca teve ligação com a Zafra.
Um dos irmãos do empresário é acionista da casa de câmbios, mas não figura entre os investigados por ligação com os traficantes alvos da operação da semana passada, segundo Aguirre.