Condenado por pedofilia, Zeca Lopes vira réu por sonegação de R$ 113 milhões. É brincadeira?

Condenado em outubro de 2017 a 19 anos e dez meses de prisão por estupro de duas meninas de 13 e 10 anos de idade, agora o empresário campo-grandense José Carlos Lopes, mais conhecido como Zeca Lopes, dono de frigorífico em Terenos (MS), virou réu por sonegação fiscal e previdenciária de R$ 113,237 milhões e por ocultar o dinheiro em propriedades e veículos por meio de quatro empresas.

Ele virou réu no dia 19 de março deste ano, conforme despacho do juiz Bruno Cezar da Cunha Teixeira, da 3ª Vara Federal, por sonegar R$ 24,9 milhões em 2013 e mais R$ 39,9 milhões em 2017 por meio do Frigorífico Peri. Já por meio da Peri Alimentos, de acordo com a procuradoria, ele deixou de pagar R$ 24,4 milhões em 2016 e mais R$ 23,8 milhões.

De acordo com o magistrado, Zeca Lopes comanda grupo de empresas do mesmo ramo de atividade na mesma planta frigorífica em Terenos em nome de familiares, como filhas, esposa e irmãos, que são constituídas com o objetivo de escapar do pagamento das dívidas trabalhistas, fiscais e cíveis.

“Ainda segundo a denúncia, os valores subtraídos do Fisco com as práticas de sonegação fiscal e sonegação de contribuição previdenciária (crimes antecedentes) resultaram na aquisição de bens que foram submetidos a atos de ocultação de propriedade mediante registro em nome de terceiros (familiares, ‘empresas de fachada’ e ‘laranjas’), configurando a prática pelo acusado do crime previsto no art. 1º, caput da Lei 9.613/98 (lavagem de ativos)”, destacou Bruno Cezar da Cunha Teixeira.

O MPF apontou que ele ocultou a fortuna sonegada na aquisição de imóveis de 10 a 28 de julho de 2017 em Terenos, onde fica o frigorífico Frigolop, e Campo Grande. Também foram investidos na compra de veículos por meio de mais três empresas: Translop, L.P.X. Agroindustrial e L.P.T. Logística de Transportes.

Zeca Lopes também foi denunciado pelo MPE (Ministério Público Estadual) por integrar o suposto esquema criminoso do juiz Aldo Ferreira Silva Júnior, afastado da 5ª Vara de Família e Sucessões de Campo Grande. Conforme a denúncia, eles teriam fraudado documento público para viabilizar o pagamento de precatório de R$ 1,3 milhão, que já tinha sido quitado pelo Governo do Estado. Com informações do site O Jacaré