O guarda municipal de Campo Grande, José Moreira Freires, que seria o pistoleiro da milícia chefiada pelo empresário Jamil Name, foi exonerado pelo prefeito Marquinhos Trad após a confirmação da sentença de 18 anos de prisão pelo assassinato do ex-delegado Paulo Magalhães Araújo em 25 de junho de 2013. O prefeito também anulou a aposentadoria dele por invalidez.
Segundo o decreto publicado no Diário Oficial de Campo Grande (Diogrande), José Freires violou diversos pontos do Estatuto do Servidor Público Municipal, como usar o cargo para proveito pessoal e cometer improbidade administrativa e por condutas inadequadas.
O agora ex-guarda municipal também é apontado pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul (MPE), como um dos participantes do assassinato do estudante de Direito Matheus Xavier, em abril de 2019.
A Justiça decretou a prisão de Freires em setembro de 2019, quando foi deflagrada a Operação Omertà, que investiga o grupo criminoso liderado por Name e o filho, o também empresário Jamil Name Filho, que seria responsável por diversos assassinatos.
Ele passou pelo Tribunal do Júri em 15 de agosto de 2018, onde negou o crime e inicialmente foi condenado a 18 anos de prisão. À época, ele afirmou que passava por dificuldades financeiras e chorou muito diante do juiz. Porém, o réu não denunciou os mandantes da execução.
O guarda consegui redução da pena para 15 anos em 2019 e estava fora da cadeia, pois cumpria pena em liberdade com uso de tornozeleira. O crime voltou a ser investigado após a Operação Omertà, que teve como resultado as prisões dos empresários Jamil Name e Jamil Name Filho, que segundo investigações podem ser os mandantes.
O crime
O delegado aposentado Paulo Magalhães Araújo foi morto aos 57 anos de idade perto da escola onde a filha estudava. Ele estava dentro de um carro quando foi abordado por uma dupla em uma motocicleta.
José Moreira Freires, que estava na garupa, teria atirado diversas vezes com uma pistola. O piloto da moto foi identificado como Rafael Leonardo Santos. O terceiro acusado é Antonino Benites Cristaldo, que atuou dando cobertura.
Após executar o delegado, Rafael foi assassinado como queima de arquivo. O corpo dele foi encontrado no lixão de Campo Grande sem cabeça e carbonizado.