A erva no cachimbo da paz das aldeias indígenas de Mato Grosso do Sul estava com o aroma meio diferente. Isso porque servidor público federal C.P.M., de 54 anos, estava usando a caminhonete da Funai (Fundação Nacional do Índio) para buscar maconha na fronteira com o Paraguai.
No entanto, ele só não contava com os policiais civis da DECO (Delegacia Especializada de Combate ao Crime Organizado), que o surpreenderam, na noite de ontem (26), perto do distrito de Anhanduí, no município de Campo Grande (MS), com 300 quilos da droga.
Segundo a Polícia Civil, ele aproveita-se das viagens que fazia até as aldeias indígenas na região da fronteira para buscar drogas no Paraguai e trazia de volta para Campo Grande. De acordo com a delegada Ana Cláudia Medina, o flagrante ocorreu após denúncia e investigações sobre tráfico de grande quantidade de drogas.
Ainda conforme ela, o servidor usava uma caminhonete L200 Triton, da Mitsubishi, pertencente à Secretaria Especial de Saúde Indígena, sendo que a droga estava camuflada em isopores, na carroceria do veículo. Com mais de 30 anos de serviços prestados à Funai, C.P.M. saía da Capital para atendimento à saúde indígena em Dourados (MS), onde passava cerca de uma semana.
Nesse tempo, ele seguia até Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia que faz fronteira com Ponta Porã (MS), no período vespertino, carregava o veículo e levava até um destino desconhecido em Campo Grande, quando retornava para Dourados, sem gerar desconfiança.
Ainda de acordo com a investigação, a discrição era uma característica do suspeito, que agia semanalmente e há muito tempo. Foi apontado também que o fato da caminhonete estar caracterizada como de órgão público, facilitava a passagem pelas rodovias, já que não gerava suspeitas por parte agentes fiscalizadores.