A ministra da Justiça do Paraguai, Cecilia Pérez, reuniu-se ontem (30) com o ministro da Justiça e Segurança do Brasil, Sergio Moro, em Brasília (DF), para traçar estratégias para lidar com facções criminosas brasileiras PCC (Primeiro Comando da Capital) e CV (Comando Vermelho) que atuam dentro das prisões do país vizinho.
No encontro com o ministro Sergio Moro, a ministra Cecilia Pérez foi internalizada no regime prisional das prisões de segurança máxima do Brasil. “Queremos conhecer bem a gestão das prisões de segurança máxima no Brasil porque o crime organizado nas fronteiras está em expansão”, disse.
Ela explicou ao colega brasileira que entende a expansão do PCC e CV como um problema regional, afetando o Paraguai e o Brasil. Cecilia Pérez busca assessoria técnica do Brasil para conceber estratégias para coibir as atividades dessas duas facções criminosas. A reunião ocorreu dias após a fuga maciça de 76 presos da prisão de Pedro Juan Caballero, incluindo vários ligados ao PCC.
Além de Cecilia Pérez, o consultor em Geopolítica e Assuntos Internacionais do Ministério do Interior do Paraguai, Rubén Melgarejo Lanzoni, e o coordenador da Unidade de Segurança, Informação e Inteligência Penitenciária do Paraguai, comissário Mario Quiñónez, fizeram parte da delegação.
De manhã, Cecilia Pérez visitou a prisão de segurança máxima em Brasília. O referido centro penitenciário é uma referência no assunto, pois possui um regime penitenciário diferenciado, especialmente projetado para abrigar presos de alto risco.
Atualmente, o líder do PCC, Marcos Willians Herbas Camacho, o “Marcola”, Sergio de Arruda Quintiliano Netto, o “Minotauro”, e Jarvis Chimenes Pavão, este último foi extraditado do Paraguai em 28 de dezembro de 2017, estão presos nesses presídios federais.
A Penitenciária Federal de Brasília, inaugurada em 16 de outubro de 2018, é a 5ª prisão de segurança máxima no Brasil. Essa prisão tem capacidade para 208 reclusos, mantidos em celas individuais. As instalações são monitoradas 24 horas por dia por câmeras de segurança. Com 200 a 250 agentes penitenciários, as prisões de segurança máxima no país vizinho não registram vazamentos ou tumultos.