Ordem unida! Fuga maciça de presos na fronteira seria para reagrupar ala operativa do PCC

A fuga maciça de 76 presos ocorrida em 19 de janeiro na prisão regional de Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia que faz fronteira com Ponta Porã (MS), teria sido para que a facção criminosa brasileira Primeiro Comando da Capital (PCC) pudesse reagrupar sua ala operacional. A “estrutura militar” do grupo sofreu golpes significativos nos últimos meses, fato agravado pela captura do narcotraficante Levi Adriani Felicio.

A guerra sangrenta desencadeada em 2019 entre facções criminosas que lutam para controlar o tráfico de drogas e de armas em Pedro Juan Caballero, além da captura de líderes importantes que operam na região, enfraqueceu bastante a estrutura do PCC no Paraguai.

Essa situação foi definitivamente agravada quando o último chefe e talvez o administrador geral da facção criminosa da região, identificado como Levi Adriani Felicio, brasileiro, e sua mão direita, o paraguaio Marcio Gayoso, 27 anos, também conhecido como “Candonga”, foram presos por agentes da Secretaria Nacional Antidrogas (Senad) em buscas simultâneas realizadas em Assunção e Pedro Juan Caballero.

A queda de Levi, que foi detectada em um luxuoso edifício de Villa Morra, em Assunção, representou a perda total do poder do PCC na fronteira, na área de Amambay, onde ele controlava as agências de segurança, supostamente com importantes pagamentos mensais. Posteriormente, essa situação foi confirmada com a prisão e acusação de cerca de 20 policiais que operam na área e que supostamente mantiveram um contato com “Candonga”, que, segundo áudios e escutas telefônicas, foi o encarregado de distribuir o dinheiro à agentes da lei.

Levi foi imediatamente expulso do país e o PCC ficou sem seu último líder. Diante dessa situação, aparentemente os principais líderes do PCC identificados como David Timoteo Ferreira e Osvaldo Rodrigo Pagiotto começaram a elaborar o plano de fuga junto com seus principais colaboradores, cujo montante não excederia 20 reclusos. Primeiro, eles conseguiram reunir-se no pavilhão B da cadeia regional Pedro Juan Caballero e depois planejaram a estratégia de fugir através de um túnel cuja escavação exigiria a cumplicidade de todo o pessoal de segurança da referida prisão.

Em meados de dezembro, o projeto foi descoberto pelas autoridades do Ministério da Justiça, mas o dinheiro poderia fazer mais, porque eles conseguiram finalizar o plano na madrugada de 19 de janeiro. Além disso, aparentemente a maioria dos chefes escapou pelo portão principal com todos os seus pertences e depois os outros presos do pavilhão foram anexados.

Segundo investigadores da polícia, agora esses criminosos evadidos estão na fase de reagrupamento de sua ala operacional e apontam um líder para governá-los, com o objetivo de recuperar o controle do tráfico de drogas e armas na fronteira com o Brasil. Por outro lado, os agentes também apontaram a possibilidade de que esses fugitivos iniciem um estágio de violência, assaltos e roubos a bancos, financiadores e transportadores de fundos para angariar fundos com os quais possam pagar suas operações em Amambay.