A Justiça do Brasil notificou, pela Internet, o ex-presidente do Paraguai, Horacio Cartes, por ajudar o doleiro brasileiro Darío Messer enquanto ainda era fugitivo e agora terá um período de 10 dias para se defender. A intimação eletrônica do ex-presidente e de outros acusados foi anunciada ontem (27), uma semana após a denúncia ser divulgada na mídia brasileira.
Horacio Cartes foi acusado da suposta ajuda que deu ao seu “irmão de alma” para que permanecesse fugitivo da Justiça, tanto do Brasil, quanto do Paraguai, por mais de um ano. Em princípio, em 19 de novembro, foi emitida uma ordem de detenção preventiva contra Cartes.
O motivo foi a suspeita de que ele teria ajudado o “doleiro dos doleiros” a continuar em liberdade, mesmo sabendo que ele era considerado o maior responsável pela lavagem de dinheiro dos envolvidos na “Operação Lava Jato”. A decisão foi tomada pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal do Rio de Janeiro.
Durante a “Operação Patrón” veio à tona que Dario Messer trocava mensagens com o ex-presidente do Paraguai. Posteriormente, através de seus advogados, Cartes conseguiu suspender o mandado de prisão através de um recurso de habeas corpus interposto junto ao STJ (Superior Tribunal de Justiça).
Segundo dados do MPF (Ministério Público Federal) do Rio de Janeiro, a suspeita era que Cartes e outros acusados faziam parte de uma organização criminosa dedicada à evasão de moeda, corrupção ativa e passiva, além de lavagem de dinheiro.
Na lista anunciada, além da ex-presidente e de Dario Messer, estavam a advogada María Leticia Bóbeda Andrada (filha de José Manuel Bóbeda) e outras 17 pessoas. Para o MPF, Horacio Cartes fazia parte ativa de um grupo internacional, liderada por Messer, quando fugiu da Justiça do Brasil, entre maio de 2018 e julho deste ano. Os advogados de Cartes alegam que não há provas concretas.