No PSL do “faz de conta”, Xerifão prega moralidade enquanto que Senadora e Deputado trocam favores!

O ex-partido do presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, o PSL, continua sendo o centro das atenções negativas pelo Brasil e, em Mato Grosso do Sul, não é muito diferente. Os três remanescentes da sigla no Estado – o deputado estadual Capital Contar, o deputado federal Loester Trutis, o “Tio Trutis”, e a senador Soraya Thronicke -, vira e mexe são notícia por alguma coisa nada positiva.

Agora, os alvos da vez são Tio Trutis e Soraya Thronicke, pois, enquanto o Capitão Contar fala para os quatro cantos que o último paladino da moral e dos bons costumes na velha política, eis que os dois colegas de legenda voltaram às manchetes. Após ser notícia em junho deste ano por empregar o irmão de um colega parlamentar da mesma sigla, Tio Trutis também tem irmão trabalhando no gabinete da senadora Soraya Thronicke.

Irmão do parlamentar, Carlos Alberto Gomes de Souza foi nomeado como auxiliar parlamentar sênior no gabinete da senadora por meio de portaria publicada no dia 1º de fevereiro. Conforme consulta ao Portal da Transparência do Senado Federal, Carlos Alberto tem remuneração de R$ 11.245,36 e, com descontos, o valor líquido é de R$ 8.765,11.

Visto pela reportagem na sexta-feira (dia 20), dirigindo o veículo em que a senadora deixou evento da bancada federal na Esplanada Ferroviária, em Campo Grande, o irmão do deputado disse hoje ao site Campo Grande News que na ocasião estava em seu veículo e que tem funções internas no gabinete de apoio que Soraya mantém em Campo Grande.

Para ele, não há favorecimento pelo fato de ser irmão de deputado. “Não foi um pedido dele. Já a conhecia antes, há três anos. Trabalhei de forma voluntária na campanha. Não foi indicação dele [irmão] e não tem ninguém dela com ele”, afirma Carlos Alberto. O esclarecimento é porque a troca de indicações seria nepotismo cruzado, prática proibida pela Constituição Federal.

Antes da vitória dos candidatos do PSL, Carlos, que é enfermeiro, tinha uma microempresa de construção civil. No fim de 2017, por exemplo, cobrava R$ 500 para pintar apartamento. No ano seguinte, divulgou para os clientes, por meio do aplicativo WhatsApp, banner do irmão candidato.

“Tinha uma empresa de construção civil, prestava serviço na UFMS [Universidade Federal de Mato Grosso do Sul], Facsul [Faculdade Mato Grosso do Sul]. Mas tive que fechar para trabalhar com ela”, diz o assessor parlamentar da senadora ao site de notícias.

Na atual função, Carlos Alberto conta que recebe e encaminha pedidos de prefeitos e vereadores, além de serviços na parte contábil. Com oito assessores, o escritório de apoio da senadora fica na Chácara Cachoeira, em Campo Grande.

De acordo com a assessoria de imprensa de Soraya Thronicke, Carlos Alberto é um assessor formado em técnico em contabilidade, que auxilia na fiscalização de políticas públicas e de recursos enviados ao Mato Grosso do Sul.

“Também acompanha a senadora na agenda local, prestando assessoria técnica e suporte nos eventos. Foi selecionado em um processo de avaliação técnica que o escolheu com base em sua experiência na análise de políticas públicas, em suas referências pessoais que comprovam seu caráter íntegro e em sua competência técnica como contador, base fundamental de conhecimentos para avaliação da execução do orçamento público no MS. O servidor cumpre sua jornada de trabalho realizando seus serviços com excelência”, informa a nota enviada pela assessoria de imprensa da senadora ao site.

No mês de junho, o deputado federal Tio Trutis contratou Ramiro Laterça de Almeida, irmão do deputado federal Felício Laterça (PSL/RJ), para atuar em seu gabinete na Câmara dos Deputados, como secretário parlamentar. Conforme a legislação, nenhum parlamentar pode empregar parentes no próprio gabinete.

Cada deputado tem R$ 111.675,59 por mês para pagar salário de até 25 secretários parlamentares, com remuneração que varia de R$ 1.025,12 a R$ 15.698,32. Os assessores podem ser lotados em Brasília ou no Estado que é base eleitoral do parlamentar.

De acordo com o Portal da Transparência da Câmara Federal, os deputados de Mato Grosso do Sul gastaram R$ 8,5 milhões da verba de gabinete entre janeiro e novembro. O Campo Grande News não conseguiu contato com o deputado federal Loester Carlos nesta segunda-feira (23).

Vai vendo!!!