Força-tarefa retomará investigação da morte de Andrey Cunha, que foi executado em 2012
Em razão da “Operação Omertà”, que levou para a cadeia os empresários Jamil Name, 83 anos, e o filho dele, Jamil Name Filho, de 42, como chefes de organização criminosa dedicada ao assassinato de desafetos tanto nos negócios quanto na vida pessoal em Campo Grande (MS), o Blog do Nélio apurou que a força-tarefa, que foi criada pelo Garras (Delegacia de Repressão a Roubo a Banco, Assaltos e Sequestros) e Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) para investigar os crimes de pistolagem praticados na Capital, retomará as investigações sobre o assassinato de Andrey Galileu Cunha, executado em 23 de fevereiro de 2012, aos 31 anos, por uma dupla em motocicleta.
Segundo informações obtidas pelo titular do Blog, o caso foi arquivado definitivamente pela 1ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande em 17 de julho do ano passado, atendendo a pedido do MPE (Ministério Público Estadual), depois de a Polícia Civil encerrou os trabalhos sem indicar atiradores ou mandantes. No entanto, agora, ganha força a hipótese de que o pistoleiro foragido José Moreira Freires, o “Zezinho”, seja o autor da execução, conforme citação no inquérito da “Operação Omertà”.
Zezinho não é visto desde abril deste ano, depois da morte de Matheus Coutinho Xavier, 20 anos, assassinado no lugar do verdadeiro alvo, o pai dele, o capitão PM Paulo Roberto Xavier. Para o Gaeco e a Garras, o pistoleiro foragido integrava, junto com Juanil Miranda Lima, outro ex-guarda civil municipal, o núcleo ao qual cabia a tarefa de executar os inimigos da organização criminosa.
De acordo com a decisão da 1ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande, durante as apurações pela DEH (Delegacia Especializada de Homicídios), foram identificadas duas linhas de apuração, sem elementos suficientes para denúncia. Uma das linhas citava Andrey Cunha, que tinha sido preso por envolvimento com jogos de azar pela Polícia Federal, como alvo da família Name. Ele teria sido delator de uma operação contra a máfia dos jogos.
O caso
Em junho de 2012, a Polícia apontou que a disputa pelo monopólio da exploração dos jogos de azar seria a causa do assassinato de Andrey Galileu Cunha, executado no dia 23 de fevereiro daquele ano, em frente a uma escola na Rua Rio Grande do Sul, em Campo Grande. Conforme denúncia do Ministério Público, o policial civil Mário Cesar Velasque Ale e Flaviano Cantacini seriam os “cabeças” de uma organização criminosa altamente estruturada, que explora jogos de azar em Campo Grande.
No mesmo dia, o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) prendeu Robson Ribeiro Motta. Conforme a denúncia, há “prova segura da materialidade dos delitos de homicídio”, bem como da formação da quadrilha, com a apreensão de máquinas caça-níqueis, máquinas jukebox, armas de fogo e munições. O policial é lotado na Deops (Delegacia Especializada de Ordem Política e Social) e já havia sido preso no início do durante a “Operação Orfeu”, que apreendeu máquinas caça-níquel e também de música não licenciadas.
Em cumprimento a mandado de busca e apreensão na casa do investigador, o Gaeco encontrou um revólver calibre 38 com documentação vencida e munições ponto 40 e 38 sem documentação, provavelmente compradas no Paraguai. Ele foi autuado em flagrante de posse irregular de arma de fogo. A investigação apontpu que horas antes de ser morto, Andrey esteve na Deops, local de trabalho de Mário César. Flaviano Cantacini é empresário e Robson Ribeiro Motta já foi denunciado em 2010 na operação Las Vegas como sendo responsável pela distribuição de máquinas caça-níqueis.
Em 2007, Andrey foi preso na operação Xeque-Mate, realizada pela PF (Polícia Federal). Na época, foi divulgado que ele fez acordo de delação premiada, ou seja, um acordo com a Justiça para passar informações. Em maio de 2009, ele voltou a ser preso; desta vez na “Operação Las Vegas”. Em 2008, a Polícia estourou dois cassinos, no Jardim dos Estados, comandados por Andrey.