Com a deflagração da operação Ormetà que desarticulou uma quadrilha do crime organizado que atuava como milícia cometendo vários assassinatos, de acordo com as investigações, a Força Tarefa da Polícia Civil criada em novembro de 2018 para atuar em execuções que foram feitas com fuzis em Campo Grande, agora ganha musculatura e, cruzando informações, pode desenterrar casos emblemáticos que estavam sem solução.
Agora são analisados cerca de 15 casos que estarão sendo investigados pelo Garras (Delegacia de Repressão a Roubo a Banco, Assaltos e Sequestros), com apoio do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), que se encontrar provas robustas podem ser desarquivados e cujos mandantes nunca foram punidos. Em alguns casos, nem os executores.
Na lista apurada pelo site Campo Grande News, chama atenção o duplo assassinato ocorrido em 21 de junho de 2005, no quarto de um motel em Campo Grande, episódio transformado, depois de mais de 14 anos, em um gigante ponto de interrogação da história policial de Mato Grosso do Sul: o “Caso Motel”.
Na noite fria e cinzenta do dia 21 de junho de 2005 foram mortos por asfixia os jovens Murilo Alcalde e Eliane Ortiz. Os dois foram asfixiados. Ela com marca de estrangulamento aparente. JEle não.
Eliane era garota de programa vinda de Marechal Cândido Rondon, no Paraná, e Murilo um jovem acadêmico. No dia seguinte ao crime os dois corpos foram encontrados no motel Chega Mais próximo ao centro da Capital
O que se viu a partir dai foram cenas digna de produção cinematográficas com sumiço de provas dentro do IML – Instituto Médico Legal, da época, favorecimento de acusados, trabapalha da Justiça e muitos episódios que marcaram e carimbaram o caso como insolúvel.
Dois policiais militares, um traficante e um quarto homem chegaram a ser apontados como executores, mas ninguém foi condenado.
O desfecho foi o arquivamento.
Especula-se a possibilidade de reabertura dessa investigação desde que a força-tarefa apresentou seus primeiros resultados efetivos no fim de setembro, com a Operação Omertà, que levou para a cadeia os empresários Jamil Name, 80 anos, e Jamil Name Filho, de 42, como chefes de organização criminosa dedicada ao assassinato de desafetos tanto nos negócios quanto na vida pessoal.
Mas até agora não se sabe, publicamente, se a morte dos jovens estaria ligadas aos nomes da Ormetà.