No domingo (27), o empresário Jamil Name, 83 anos, e o filho dele, Jamil Name Filho, 42 anos, completaram um mês atrás das grades, já que foram presos no dia 27 de setembro por liderarem uma organização criminosa suspeita de vários crimes de pistolagem ocorridos nos últimos anos em Campo Grande (MS). Eles, juntamente com os policiais Márcio Cavalcante da Silva e Vladenilson Olmedo, estão detidos no Presídio Federal de Campo Grande, onde aguardam transferência para o Presídio Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte.
Na última semana, a juíza May Melke Amaral Penteado Siravegna, da 4ª Vara Criminal de Campo Grande, negou mais um pedido de prisão domiciliar para Jamil Name, que alegava avançada idade e enfermidades graves, na tentativa de não ficar em uma cela de isolamento de unidade federal da Capital e, posteriormente, na de Mossoró (RN). Dessa forma, Jamil Name, o filho e os dois policiais estão mais perto de sua transferência para o Presídio Federal de Mossoró (RN).
Para a juíza May Melke, diferentemente do alegado, Jamil Name não está extremamente debilitado, tampouco o tratamento que lhe seja necessário não possa ser oferecido no próprio estabelecimento prisional. Para negar a prisão domiciliar, a juíza também considerou que Name é investigado pela criação de uma organização criminosa com a finalidade de praticar diversos delitos, principalmente homicídios, pelas mais variadas motivações, grupo que é considerado pelo Ministério Público Estadual (MPE) uma verdadeira milícia privada.
A magistrada observou, para o isolamento, que Jamil Name tem poder para corromper financeiramente pessoas e ainda continuar com os trabalhos da organização criminosa. Além disso, a Justiça determinou uma nova prisão preventiva de cinco suspeitos investigados pela “Operação Omertà”. Essa decisão foi feita com base no processo que apura crimes contra o Sistema Nacional de Armas e faz referência ao arsenal encontrado com o ex-guarda municipal Marcelo Rios em uma casa no Jardim Monte Líbano, na Capital.
Segundo a juíza, a liberdade desses suspeitos prejudica a colheita de provas e coloca em risco a ordem pública. Ela cita o alto poder econômico da organização que poderia voltar a adquirir novas armas e munições. Também acrescenta o risco de fuga dos investigados. Além de relembrar, no processo, relatos de ameaças a testemunhas, a promotores e a um delegado.
Para juíza, em liberdade, Jamil Name traz risco à sociedade e ao andamento das investigações. Além de Jamil Name, os mandados de prisão também foram expedidos para Jamil Name Filho, o ex-guarda municipal Rafael Antunes Vieira, e os policiais civis Marcio Cavalcanti da Silva e Vladenilson Daniel Olmedo.