As investigações que culminaram com a deflagração da “Operação Omertá”, que prendeu no último dia 27 de setembro o empresário Jamil Name, 80 anos, e o seu filho, Jamil Name Filho, 42 anos, pelo crime de formação de um grupo de extermínio, apontaram que a organização também praticava o crime de agiotagem e cobrança de juros de até 20%.
Segundo matéria do site Campo Grande News, alvo de preventiva em 27 de setembro, Andrison Correia, que é militar reformado do Exército, aparece cobrando 20% de juros. No mês de julho, uma interceptação telefônica, interlocutor questiona se Andrison poderia emprestar R$ 150 e cobrava quanto de juros. A resposta foi que era de 20%.
Na sequência, o relatório traz uma segunda menção a crime de agiotagem. “Dentre os indivíduos que, em tese, seriam devedores do investigado no que se refere à atividade de agiotagem praticada por Andrison Correia chama a atenção a conversa” em que um homem acena com a possibilidade de antecipar pagamento de R$ 5 mil.
Andrison também é enfático ao cobrar dívida com garagista por venda de veículos, citando que anda armado 24 horas e faz segurança para Jamil Name, que também foi preso apontado como líder da organização criminosa.
No mandado de busca e apreensão foram apreendidos três cheques e dois contratos particulares de empréstimo de dinheiro. Andrison está preso na 14ª Companhia de Polícia do Exército. Em documento protocolado ontem (dia 15), o advogado Antônio Cairo Frazão Pinto pede a revogação da prisão preventiva do militar.
Conforme a defesa, o preso “não pretende de nenhuma forma perturbar ou dificultar a busca da verdade real, no desenvolvimento processual, tanto que em delegacia contribuiu com o trabalho dos agentes policiais, bem como informou de forma coesa sua atividade laboral, endereço e telefone, pois não apresenta o perfil de pessoa perigosa ou voltada para a vida do crime”.