Considerada o “paraíso” dos muambeiros e dos traficantes de armas, a fronteira do Paraguai com Mato Grosso do Sul é o local preferido para quem fornece esses produtos para as facções criminosas localizadas nos grandes centros do Brasil, como São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ). Apesar de a apreensão de drogas e de produtos eletrônicos ainda serem a maioria, as polícias, de vez em quando, pegam armas, munições e outros acessórios bélicos.
Na quarta-feira (18), policiais militares do Grupamento Policial Militar de Vila Vargas, distrito de Dourados (MS), apreenderam duas lunetas, que são acessórios de precisão para armas de fogo, e fizeram a prisão de duas pessoas acusadas do crime de tráfico internacional de armas. O caso foi registrado na Delegacia da Polícia Federal de Dourados e, conforme o boletim de ocorrência, os policiais militares realizaram a abordagem do veículo VW Santana, com placa de Porteirão (GO), na região do distrito de Cruzaltina, pois apresentava a suspensão baixa e indícios de que poderia estar levando alguma carga ilícita.
Durante a vistoria ao veículo foram encontrados diversos produtos como aparelho de som automotivo, brinquedos, carregadores de celular e outro oriundo do Paraguai e sem a documentação probatória na sua legal importação. Em meio a essa carga, foram localizadas as duas lunetas da marca HAWKE, classificado como acessório para arma de fogo, material esse controlado pelo Exército Brasileiro, conforme Decreto nº 3665/2000. O crime foi classificado como tráfico internacional de arma de fogo, sendo o veículo e todo o material de descaminho encaminha posteriormente a Receita Federal de Ponta Porã.
Saiba mais sobre as miras telecópias
Miras telescópicas, popularmente chamadas de lunetas de pricisão, são dispositivos óticos destinados a facilitar e melhorar a precisão dos impactos de projéteis disparados por armas de fogo, principalmente em tiros de longa distância. Elas são muito similares a telescópios refrativos comuns, porém equipados com alguns dispositivos destinados especificamente ao uso como aparelho de pontaria.
Essas miras são quase sempre objetos de muita curiosidade por parte do público leigo, não muito familiarizado com armas, o que muitas vezes acaba gerando lendas e alguns exageros sobre os limites que, na realidade, esses aparelhos conseguem atingir. Fomentadas por alguns filmes, por exemplo, muitas pessoas julgam o tiro efetuado com armas dotadas de luneta, como algo infalível e de muito fácil utilização.
O emprego das lunetas, principalmente em armas longas, existe de longa data, pois se tem conhecimento da existência delas desde o século 17, instrumentos rústicos, a bem da verdade. Mas só a partir de 1835 a 1840 é que se tem notícia de que os inventores norte-americanos Morgan James e William Malcolm haviam desenvolvido suas lunetas com relativo sucesso e com bom desempenho. Aliás, atribui-se a Malcolm, por volta de 1855, a criação da primeira mira telescópica com retículo regulável internamente. As miras desenvolvidas por Malcolm tornaram-se padrão em uso militar nos USA por volta da Guerra Civil (1860-1865), onde eram utilizadas pelos “snipers” (atiradores de elite) da época.
Afirma-se que o Major General John F. Reynolds, do Exército da União, foi morto por um atirador de tocaia do Exército Confederado, posicionado sobre uma árvore e armado com um fuzil equipado com uma dessas lunetas. Foi um tiro certeiro na nuca, quando o General se encontrava montado em seu cavalo, durante a batalha de Gettysburg, em julho de 1863.
As vantagens de uma mira ótica, como as lunetas, em relação às miras convencionais, são muito grandes, em decorrência de diversas particularidades, sendo a mais importante delas o fator de aumento, ou seja, a vantagem de “trazer para perto” do atirador, o seu alvo. Particularmente aos usuários de óculos, que são portadores de deficiências muito comuns como miopia, presbiopia e hipermetropia, as lunetas apresentam a grande vantagem de permitirem a não mais necessidade de lançar mão de óculos especiais para tiro.