Depois de 12 anos, o megatraficante de drogas brasileiro Luiz Fernando da Costa, mais conhecido como “Fernandinho Beira-Mar”, está de volta a Campo Grande (MS) e, dessa vez, não veio sozinho para o Presídio Federal, pois também foi transferido para cá Gerson Lima Carnaúba, um dos líderes de FDN (Família do Norte), responsável por rebeliões sangrentas em presídios.
Em operação com forte esquema de segurança, os presos foram transferidos na noite de ontem (19) da Penitenciária Federal de Mossoró (RN), onde ainda está preso o narcotraficante brasileiro Jarvis Chimenes Pavão. A única confirmação obtida em Mossoró é de que Beira-Mar, de fato, tinha saído da penitenciária.
O destino foi o estabelecimento federal de Campo Grande, no Jardim Los Angeles. Até os agentes locais foram surpreendidos com a presença dos novos detentos, dado o sigilo da operação, por motivos de segurança. Condenado a penas altíssimas, superiores a 400 anos, só no sistema prisional federal, Beira-Mar já cumpriu pena em Catanduvas (PR), em Mossoró (RN), em Porto Velho (RO) e em Campo Grande (MS).
Na Capital, ele chegou em 2007 e saiu em 2010, sendo que aqui o megatraficante celebrou seu casamento, em setembro de 2007. No Estado, o criminoso já foi apontado como um dos chefes do tráfico na fronteira, inclusive com uma espécie de base em Coronel Sapucaia (MS), que faz fronteira com a cidade paraguaia de Capitán Bado.
A mulher dele, Jaqueline Alcântara, cumpriu pena no presídio federal onde o marido agora está. O filho foi alvo de operação da Polícia Federal em 2017, suspeito de articular alianças da quadrilha do criminoso com a facção criminosa brasileira PCC (Primeiro Comando da Capital). Segundo as informações do site Mossoró Hoje, a operação para a transferência começou terça-feira (18), sendo usado um avião da Polícia Federal, que pousou no Aeroporto Dix-Sept Rosado, em Mossoró, de onde decolou para Campo Grande. A chegada, aqui, foi por volta das 18h30.
O outro preso, Gerson Lima Carnaúba Carnaúba, é considerado um dos criminosos do sistema penitenciário de alta periculosidade. Também condenado a mais de 100 anos de prisão, é acusado de ser um dos mentores de chacina no Amazonas, ocorrida no dia 25 de maio de 2002, quando 14 pessoas foram executadas.
Apontado como um dos líderes da facção criminosa “Família do Norte” (FDN), Carnaúba conseguiu fugir da penitenciária Anísio Jobim justo, com cinco comparsas, por um buraco cavado do setor do regime fechado para o semiaberto, de onde pularam o muro e foram resgatados por comparsas que estavam em veículos não identificados. Foi preso novamente em 2015.