As prisões de dois paraguaios confirmaram o que todo mundo já desconfiava: armas de guerra, como bazucas e lança mísseis, circulam livremente na fronteira do Paraguai com o Brasil. Os dois estão envolvidos com o grupo de traficantes de armas que foi preso na Argentina com um arsenal de causar inveja até em terroristas islâmicos.
Nesta quinta-feira (01), a juíza Magdalena Narváez decretou a prisão preventiva dos paraguaios Carlos Federico León Ocampo, 52 anos, e Eduardo Alberto Ramírez Cantero, 51 anos, por envolvimento com o tráfico de armas na Argentina.
A magistrada ordenou que os compatriotas fossem trancados na Penitenciária Nacional de Tacumbú, na capital Assunção (PY). Carlos León e Eduardo Ramírez, este último familiarizado com o pseudônimo de “Matungo”, foram presos na tarde de terça-feira (30) em suas respectivas residências, em operações simultâneas executadas por policiais da Interpol.
O comissário-chefe Wilberto Sánchez disse que a prioridade agora passa a ser a captura do suposto cúmplice de ambos: Oscar Ariel Caballero Sahlmann, 26 anos. León, Ramírez e Caballero são exigidos pelo governo argentino para serem julgados por tráfico internacional de armas de guerra, que tem uma pena prevista de até 50 anos de prisão.
O juiz argentino Pablo Yadarola considera os três paraguaios como membros da poderosa organização criminosa que introduziu no Paraguai e, posteriormente, no Brasil milhares de armas, munições e outros elementos militares enviados da Espanha e dos Estados Unidos.
A rede foi desmantelada em 26 de junho passado na histórica “Operação Palak”, cujo nome se deve ao nome do cargueiro português em que as armas chegavam periodicamente ao porto de Buenos Aires, capital da Argentina. Os dois detidos, León e Ramírez, devem agora aguardar na prisão o processo de extradição promovido pela Argentina.
Ao mesmo tempo, ambos desfrutaram de prisão domiciliar no Paraguai também por tráfico de armas depois que, em 9 de março de 2016, foram presos pela Senad (Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai) a pedido do Ministério Público, que descobriu em uma casa em Assunção o maior arsenal clandestino da história do país vizinho.
Curiosamente, o julgamento de León e Ramírez foi recentemente cancelado e agora um novo deve ser feito a partir deste mês. Os juízes serão Gloria Hermosa, Alba González e Mesalina Fernández.