A Polícia Federal divulgou, nesta semana, que foi encontrado um vídeo no celular de Lucas Pereira Theodoro, preso em flagrante no dia 11 de agosto de 2017 em uma operação que descobriu um “bunker” do PCC (Primeiro Comando da Capital) na fronteira do Paraguai com Mato Grosso do Sul, onde aparecem “soldados” da facção criminosa brasileira violando o túmulo do narcotraficante Jorge Rafaat Tounami, que foi executado a tiros de metralhadora calibre .50 em 15 de junho de 2016, e colocando fogo nos restos mortais do “Rei da Fronteira”.
Segundo a PF, a ação foi ordenada pelo então chefão do PCC na fronteira, Elton Leonel Rumich da Silva, mais conhecido como “Galã”, que foi preso no ano passado no Rio de Janeiro (RJ). A violação e destruição do cadáver de Rafaat teriam acontecido um ano depois da execução, ou seja, no dia 15 de junho de 2017, quando três integrantes do PCC foram ao cemitério municipal de Ponta Porã (MS), desenterraram o caixão do narcotraficante e atearam fogo nos restos mortais do “Rei da Fronteira”.
Nos celulares apreendidos, os policiais federais encontraram conversas em que “Galã” orienta os comparsas a sumirem com o caixão para “causar pânico e demonstrar que eles estavam fortemente na pista”. A violação do tumulo foi confirmada pela esposa de Rafaat e também pelo coveiro do cemitério. Além de Lucas Theodoro, também foram identificados como autores do crime os “soldados” Jonathas Carlos Gonzales, conhecido como “Zóio”, e Luiz Henrique da Silva, o “Batata”.
Desde a morte de Rafaat, Galã passou a ser apontado pela PF como o novo “patrão” do tráfico de drogas e de armas na fronteira do Paraguai com Mato Grosso do Sul. Ele teria sido enviado com a missão de expandir as ações do PCC no país vizinho, principalmente no controle do tráfico de drogas e armas, mas encontrou Rafaat no caminho, que não permitia o avanço das facções na fronteira.
Em um ataque cinematográfico, arquitetado por Galã, Rafaat foi morto a tiros de metralhadora calibre .50, que perfuraram a blindagem do seu utilitário Hummer. O atirador, o também brasileiro Sérgio Lima dos Santos, foi ferido na boca por um dos seguranças de Rafaat e acabou preso.