Em política 24 horas é uma eternidade, mas, pelo menos por enquanto, o futuro da deputada federal Rose Modesto (PSDB), do irmão dela, deputado estadual Professor Rinaldo (PSDB) e do deputado estadual Coronel David (PSL) deve ser mesmo o DEM.
De acordo com os bastidores, o fato de os três não estarem completamente confortáveis nas atuais siglas traz a possibilidade de um convite dos Democratas para a mudança de partido. Em âmbito estadual, o DEM é aliado do PSDB, tendo o vice-governador Murilo Zauith e o líder do governo de Reinaldo Azambuja (PSDB) na Assembleia Legislativa, José Carlos Barbosa (DEM), o Barbosinha.
Na esfera nacional, o partido tem três ministros, sendo dois do Estado, Luiz Henrique Mandetta e Tereza Cristina, responsáveis pelas pastas da Saúde e da Agricultura, respectivamente, e o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni. A filiação do presidente Jair Bolsonaro (PSL) ao DEM vem sendo cogitada pela imprensa nacional, fato que possibilita também a ida do deputado Coronel David, uma vez que o deputado já anunciou na imprensa regional que deve seguir chefe do Executivo, caso ele deixe o PSL.
O PSL-MS estaria dividido em dois grupos, um integrado pela senadora e atual presidente-regional, Soraya Thronicke, e seus aliados Loester Trutis, deputado federal, e Capitão Contar, deputado estadual. David e o parlamentar Luiz Ovando estariam sendo deixados de lado pela gestão. Rose Modesto também não está em situação confortável no PSDB.
A deputada buscou o embate com seu colega de bancada Beto Pereira, porém, não conseguiu ser presidente do ninho tucano no Estado, porque o governador interveio e o secretário do Governo e liderança importante no partido, Sérgio de Paula, assumiu o cargo.
A parlamentar ainda espera ser candidata do PSDB à Prefeitura de Campo Grande, entretanto, o acordo feito entre o governador e o administrador da Capital, Marcos Trad (PSD), em 2018 deve inviabilizar os planos de Modesto e possibilitar a mudança de partido.
O presidente do DEM em Mato Grosso do Sul, Murilo Zauith, não confirmou que os três devem mudar para o partido, porém, ressaltou que nenhum dos filiados com cargo no governo federal ou estadual deve concorrer à eleição em Campo Grande. “O partido fechou com o Barbosinha em Dourados e, em Campo Grande, estamos conversando com a Tereza para construir um projeto na Capital. Nenhum dos dois [Tereza e Mandetta] será candidato, porque eles estão no cargo e não vão largar o trabalho no meio para disputar uma eleição. Eu vou continuar com o Reinaldo, ele vai disputar o Senado, e eu assumo como governador em 2022”, disse.
Durante evento em Campo Grande ontem (22), Mandetta destacou que o partido deve fazer novas filiações, mas não adiantou nomes. “O DEM tem olhado a política do próximo ano, municipal, e colocado os seguintes termos: é necessário que todos os membros do partido discutam as eleições municipais em suas cidades, porque a gente considera eleição municipal a primeira célula da sociedade política, então, é extremamente próximo o cidadão do partido, e aqui em Campo Grande não será diferente”.
O deputado estadual e vice-presidente do partido, Zé Teixeira, disse que a agremiação deve se organizar até o começo da janela partidária de 2020. “Ainda não tem um nome do partido, tem alguns nomes para definir. Daqui para abril, vai ter uma arrumação no partido”.