Pelo menos em Mato Grosso do Sul, a Azul Linhas Aéreas Brasileiras não voa mais em “céu de brigadeiro”. Mobilizada por passageiros que se sentiram prejudicados pela falta de atitude da empresa, equipe de fiscalização da Superintendência para Orientação e Defesa do Consumidor (Procon) realizou diligência no Aeroporto Internacional de Campo Grande onde constatou várias irregularidades em prejuízo dos consumidores e autuou a companhia.
O problema que motivou a fiscalização do Procon se originou com o cancelamento de dois voos partindo de Campo Grande, um deles previsto para a 01h00 e o outro para as 02h30, não tendo a companhia aérea se disposto a fornecer opções de realocação rápida e nem mesmo alimentação e hospedagem de acordo com o que determina a resolução 400/2016 da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), obrigando os consumidores a despesas extras uma vez que tiveram de procurar soluções por iniciativa própria.
Ficou constatado que passageiros esperaram em fila por aproximadamente seis horas, a maioria do tempo em pé, tendo um dos gerentes da empresa alegado que as pessoas não se deslocariam da fila, por isso a dificuldade de oferecer, pelo menos, alimentação. Em conversa coma fiscalização alegou, ainda, ter havido mudanças nas normas da ANAC, mas, mesmo assim, faria a “gentileza” de oferecer alimentação aos passageiros, antes que houvesse possibilidade de realocação.
A presença da equipe de fiscalização chamou a atenção das pessoas que passaram a reclamar e relatar a situação vivida e, inclusive crianças, afirmaram estar com fome e sem assistência da companhia aérea. Passageiros se demonstravam inconformados por perderem compromissos assumidos anteriormente. Outros alegavam que perderiam conexões, inclusive para voos internacionais.
Houve quem, em função do cancelamento dos voos, deixarão de participar de congressos, terão outros prejuízos com hospedagens já pagas em hotéis da cidade de destino, transfer e passeios agendados. Pela falta de informação, passageiros decidiram adquirir passagens em outras companhias arcando, assim, com prejuízo ainda maior.
Em se falando de “solução”, uma das alternativas oferecidas pela Azul foi a mudança de data da viagem para daí a dois dias, o que foi aceito porque a pessoa não encontrou oura alternativa e o agente da empresa ainda alegou que seria o melhor caminho para não ter de permanecer um dia inteiro em viagem sem qualquer assistência com hospedagem ou alimentação.
Neste caso específico, vale ressaltar que qualquer tentativa de amenizar os problemas causados aos consumidores só foi tomada após a presença e intervenção da equipe de fiscalização. Novamente ficou demonstrada a importância de denúncias pelos consumidores para que o órgão estadual de defesa possa agir.