Os departamentos de Inteligência da Polícia Nacional e do Ministério do Interior do Paraguai trabalham há 90 dias tentando identificar os elos locais da estrutura dos traficantes de armas que caíram na Argentina e usavam Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia que faz fronteira com Ponta Porã (MS), como “corredor” para enviar fuzis e munições aos grandes centros do Brasil.
A Argentina conseguiu desmantelar parte de uma grande estrutura de traficantes de armas que negociavam com o Paraguai e o Brasil e que tinham em seu estoque um grande número de armas de grosso calibre, além de explosivos, incluindo um míssil. Outra parte desse arsenal já teria chegado ao norte do Paraguai para ser enviado ao Brasil.
“É impossível para nós termos um inventário do que já entrou no Paraguai. Não sabemos disso, mas sabemos que um grande número de armas passou pelo território paraguaio e outro foi diretamente para o Brasil. A informação que está surgindo nesse sentido está totalmente correta”, comentou o ministro do Interior do Paraguai, Juan Ernesto Villamayor.
Devido à presença de importantes grupos criminosos brasileiros no Paraguai, ele acredita que parte desse arsenal que entrou no país vizinho poderia ter estado nas mãos de criminosos estabelecidos na região de fronteira com o Brasil.
“O crime organizado é distribuído em todo o país, embora seja verdade que a maior incidência é na zona norte e, quando vai para Pedro Juan Caballero, também vai para o Brasil. Esse volume de armas não fica dentro do nosso território, mas não é novo no Paraguai o comércio de armas”, afirmou Juan Villamayor.
Por isso, ele insistiu na importância de lutar contra grupos criminosos organizados, que são os que comandam esse tipo de “corredores” pelos quais todos os tipos de insumos ilícitos transitam. “Quando você abre um corredor, tudo vai pelo corredor e no corredor que abre para o contrabando, armas, drogas, dinheiro, tudo vai”, disse.