Mais uma vez o fim de semana na fronteira do Paraguai com Mato Grosso do Sul foi marcado pela violência. Na noite de sábado (22), por volta das 22h30, o paraguaio Pedro Celestino Peralta, 34 anos, foi executado a tiros de pistola calibre 9 mm quando se encontrava em uma festa junina organizado pela Igreja Católica São José em Capitán Bado, cidade paraguaia que faz fronteira com Coronel Sapucaia (MS).
Com essa morte, o número de assassinatos na região sobe para 70 somente neste ano, sendo 11 em janeiro, 9 em fevereiro, 15 em março, 8 em abril, 9 em maio e 18 em junho, já sendo o mês mais violento do ano na fronteira. Pedro Celestino Peralta foi executado por dois indivíduos que chegaram até ele e, sem falar nada, realizaram vários disparos de pistola do calibre 9 mm contra a vítima, que chegou a ser socorrida até o hospital da cidade, mas já chegou sem vida.
Investigadores da Divisão de Homicídios e agentes da Polícia Técnica realizaram os procedimentos de rigor e o corpo da vítima foi entregue aos seus familiares. Segundo informações, ele era morador da Colônia Chacoí e tinha contra si um mandado de captura por roubo à mão armada e lesão grave, com passagem pela Polícia por violência familiar.
Por isso, não se descarta que a execução tenha motivação em uma vingança, mas a Polícia não descarta nenhuma hipótese e o caso será investigado pela Divisão de Homicídios da Polícia Nacional do Paraguai em Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia que faz fronteira com Ponta Porã (MS).
Comando Vermelho
Ainda em Capitán Bado, um dos pistoleiros mais temidos da organização criminosa brasileira Comando Vermelho (CV) foi capturado. Ele estava na cidade depois de fugir da prisão de Goiânia (GO) e foi identificado como Natanael Ferreira De Oliveira, 33 anos.
O pistoleiro tem cinco condenações por assassinatos no Estado de Goiás, mas tinha conseguido escapar da prisão com a ajuda de membros do Comando Vermelho e foi para Capitán Bado, onde permaneceu escondido até domingo (23), quando foi interceptado por agentes da Delegacia de Polícia.
O atirador tentou iludir os policiais ao mostrar uma certidão de nascimento paraguaia em nome de Arturo Damián Sánchez Ozuna, supostamente nascido na cidade de Capitán Bado em 23 de setembro de 1997. Mas seu álibi não convenceu agentes, que o levou para a sede da Polícia, onde obtiveram informações verdadeiras sobre ele.
De acordo com informações fornecidas pelos investigadores, muitos elementos do Comando Vermelho estão na área de Capitán Bado, onde estão envolvidos na produção e tráfico de maconha em apoio a Felipe Escurra Rodríguez, também conhecido como “Barão”.
Esses grupos remetem toneladas de drogas em grandes veículos para as principais cidades do Brasil, além de armas e munições, gerando milhões de dólares em lucros para liquidar suas outras operações e manter os outros membros da organização que estão detidos nas diferentes prisões do Brasil e do Paraguai.