As últimas 24 horas na fronteira do Paraguai com Mato Grosso do Sul foram de muita violência e resultaram em duas mortes, sendo uma por execução e outra durante um sequestro. Com essas duas mortes, o número de assassinatos na região sobe para 67 somente neste ano, sendo 11 em janeiro, 9 em fevereiro, 15 em março, 8 em abril, 9 em maio e 15 em junho.
A primeira morte aconteceu no início da tarde de ontem (18) no distrito de Yby Ya’ú, na fronteira do Paraguai com Ponta Porã (MS), quando homens armados assassinaram a tiros Andrés Sanchez, que seria filho de um fazendeiro da região, em uma tentativa de sequestro. Imagens da câmera de segurança mostram o momento em que uma caminhonete chega ao posto de combustíveis, às 12h15, e quatro criminosos encapuzados e armados descem do veículo.
Um deles vai até a conveniência onde Andrés estava e o leva para o pátio do posto. A vítima, que está com uma camiseta vermelha e bermuda, tenta se afastar e impedir que os criminosos o levem. Ele luta com três dos suspeitos, enquanto o quarto vigia a entrada do posto e manda com que o frentista deite no chão.
Durante a briga, os autores chegam a rasgar a camiseta da vítima que se debate para não ser levada do local. Ele é arrastado até próximo da caminhonete usada pelo grupo, mas os suspeitos não conseguem colocá-lo no veículo. Após dois minutos de luta, Andrés escapa e tenta correr, no entanto, é baleado diversas vezes. Após o crime os autores entram na caminhonete e fogem em alta velocidade.
Ainda na terça-feira, no período da noite, por volta das 20h40, Marco Aurelio Soares Benitez, 24 anos, foi executado com mais de 15 disparos de pistola calibre 9 mm e teve o corpo jogado no Rodoanel de Ponta Porã.O fato foi registrado por populares, que alertaram a Polícia Militar da existência de um corpo sem vida de um jovem no local.
Marco Benitez tinha contra ele um mandado de prisão em aberto e se encontrava trajando camiseta branca, boné branco e calça jeans azul-marinho e usava uma corrente de cor dourada no pescoço, na área do Rodoanel próximo a “Fazenda Três Coxilhas”, em Ponta Porã. Os policiais militares da Força Tática da Polícia Militar de Ponta Porã, após verificar a veracidade do fato, isolaram a área e comunicaram o caso aos investigadores do SIG (Setor de Investigações Gerais) e agentes da Polícia Técnica que realizaram os procedimentos de rigor e ao não encontrar nenhuma identificação encaminhou o corpo ao IML da cidade, onde o mesmo foi identificado por um familiar.
Informações indicam que o jovem poderia ter sido torturado em outro local, onde foi executado e posteriormente levado até a região onde o corpo foi abandonado. O crime que poderia ser um ajuste de contas do crime organizado, más os investigadores não descartam nenhuma hipótese que será investigada pelo SIG.