A “fortaleza” construída pela facção criminosa brasileira Comando Vermelho em Piray Karapã’i, no Departamento de Amambay, que faz fronteira com Mato Grosso do Sul, recebeu o reforço dos criminosos que assaltaram no dia 5 de abril a agência bancária do Sicredi em Coronel Sapucaia (MS), vizinha à cidade paraguaia de Capitán Bado.
No dia 1º de maio, por meio da “Operação Romai”, a Polícia Nacional do Paraguai conseguiu acabar com a “fortaleza” depois de dois meses de investigação, que começou quando o Departamento contra o Crime Organizado detectou um relatório percebeu que, em Capitán Bado, estava sendo travada uma “guerra” entre as duas principais facções criminosas da região, uma liderada por Felipe “Barón” Escurra e a outra por Roberto Nunez Portillo, mais conhecido como “Roberti”.
A facção desse último, por ser em menor número, se refugiou na fortaleza, que receberia um laboratório de produção de drogas usando como vantagem as montanhas e a inacessibilidade. Nas últimas semanas, o grupo foi reforçado com membros da célula do Comando Vermelho, que no dia 5 de abril explodiu a agência do Sicredi em Coronel Sapucaia.
Os mortos
O promotor de Justiça Marcelo Pecci confirmou que os relatórios dos peritos revelaram que os cinco mortos na “Operação Romai” dispararam contra a Polícia antes de serem abatidos por agentes que invadiram a fortaleza. Ele acrescentou que, de acordo com a perícia, todas as armas usadas pelos já falecidos foram disparadas contra a Polícia.
Foram mortos o brasileiro Elso Alan Ribeiro Barros e os paraguaios Ruben Portillo, Pablo Javier Ocampos, Richard Alexander Fernandez Duarte e Silvino Benítez Arce. Os dados apresentados ao Ministério Público também indicam que o líder do grupo, o paraguaio Roberto Nunez Portillo, o “Roberti”, também usou uma arma antes de ser atingido por uma bala na cabeça.
No entanto, o chefe do grupo criminoso foi imediatamente socorrido e, por enquanto, ainda está vivo no Hospital de Trauma, em Assunção. No processo, Soriano Alfonzo Sanabria, Clemencio Franco Martínez, Emilton Leite da Silva Filho e um menor de 17 anos também foram presos. Luana Antúnez Bogado (brasileira) também foi presa e foi libertado outro menor que estava no “quartel” do narcotráfico aos cuidados de duas crianças.