Considerada a maior feira agropecuária de Mato Grosso do Sul e entre as maiores do Centro-Oeste, a tradicional Expogrande, realizada há 81 anos pela Acrissul em Campo Grande, está perdendo sua vocação rural há anos e transformando-se em uma feira de shows que não empolgam.
Na edição deste ano, nem as atrações musicais conseguiram salvar o evento e os shows de sábado (13) chegaram a ser constrangedores devido à falta de público.
O cantor Gabriel Diniz, do sucesso “Jenifer” (parece que nem ela foi), até ironizou no palco: “Ingressos esgotados, heim!”. Apesar de crescer no Nordeste, ele nasceu em Campo Grande e ficou decepcionado com a baixa presença de público. Além disso, na mesma noite, a outra atração sul-mato-grossense também não empolgou e, apesar do sucesso nacional, pouca gente saiu de casa para ouvir os pagodeiros do Atitude 67.
Com ares de morte anunciada, ano após ano a feira agropecuária de Campo Grande perde público e, infelizmente, parece caminhar para o fim do maior evento do setor pecuário do Estado. Para quem é próximo da atual diretoria da Acrissul, o motivo seria a falta de comando da entidade, já que a derrocada da Expogrande se intensificou nas mãos do presidente Jonatan Barbosa.
Na edição deste ano, embora a organização da Expogrande seja comandada pela Acrissul, os shows realizados no evento, de 4 a 14 de abril, foram terceirizados e literalmente “apagaram” o objetivo da feira, que era realizar exposição de empresas que atuam no fornecimento de insumos e equipamentos da cadeia agropecuária do Estado.
Em maio do ano passado, o presidente da Acrissul, Jonatan Barbosa, divulgou que foram realizados 18 leilões, comercializados 3.400 animais que resultaram na receita de R$ 9.6 milhões. Em todos dias de evento visitaram a exposição, 700 mil pessoas, além de grupos com visitas guiadas, de estudantes da rede pública de ensino.
Porém, a edição de 2019 teve apenas oito leilões, o que representa uma queda de mais de 50% em relação ao ano anterior.
Ou seja, a outrora espetacular Expogrande, que atraia multidões para o Parque de Exposições Laucídio Coelho, não existe mais e, a cada ano, perde um pouco mais do seu brilho. A tendência, segundo os próprios associados, é de que o evento nem seja mais realizado nos anos vindouros, caso não seja dado um choque de gestão na Acrissul, que definha assim como a feira agropecuária.
Vai vendo!!!