O “doleiro dos doleiros”, como era mais conhecido no meio, era descrito pelo presidente do Paraguai, Horacio Cartes, como seu “irmão espiritual” e, coincidentemente, o seu pedido de naturalização foi solicitado em 25 de setembro de 2013, um mês após a ascensão de Cartes ao cargo máximo do país vizinho. Naquela ocasião, Messer, que se declarava comerciante, indicou que residia no Paraguai desde 1993 e apresentava como endereço a luxuosa mansão localizada no Paraná Country Club, na cidade de Hernandarias, que foi revistada no sábado (5).
A apresentação foi feita pelos advogados Santiago Jure Domaniczky e Francisco Barriocanal Arias, que atualmente atuam como diretor da Direção Nacional de Compras Públicas (DNCP) e atual procurador-geral da República, respectivamente. A decisão correspondente foi emitida em 25 de abril de 2017 e é assinado pelos ministros José Raul Torres Kirmser, Alicia Pucheta, que renunciou dias atrás para assumir o cargo de vice-presidente da República a pedido de Cartes, Luis María Benítez Riera, Antonio Fretes, Miguel Óscar Bajac, Miryam Peña, Gladys Bareiro de Modica e Sindulfo Blanco.
Um dos requisitos para obter a carta de naturalização é não ter antecedentes criminais, uma situação que Messer garantiu com um certificado emitido pela Polícia Nacional, Judiciário e Interpol. No entanto, desde 2005, Messer e a esposa Rosane Messer têm sido repetidamente implicados em ações judiciais no Brasil por lavagem de dinheiro e outros crimes relacionados a casos de corrupção envolvendo entidades públicas.
Operação Sexta-Feira 13 (2009), Operação Roupa Suja (2005), o escândalo do Banco Banestado (2005) e, agora, Operação Lava Jato são alguns dos casos em que Messer esteve envolvido e chegou a ter ordem de captura incluída. Um processo aberto no Paraguai significaria que a proteção do “cambista” seria transferida para os órgãos jurisdicionais. Com este cenário e a delinquência conhecida, Dario Messer concordará em ser preso em solo paraguaio, pois tem a vantagem de ser paraguaio naturalizado.