O custo-benefício dos vereadores de Campo Grande está bem longe de pelo menos empatar e não estamos falando da “turma” que saiu em 2016, mas da que está na Câmara Municipal atualmente. Reportagem do jornal Correio do Estado comprova o que todos já sabem: os vereadores custam muito caro para os contribuintes Campo-grandenses e o retorno é praticamente zero.
Segundo a matéria, quase 70% do duodécimo repassado para a Câmara Municipal de Campo Grande serve para o pagamento da folha salarial dos comissionados e vereadores. Se antigamente aqueles que participavam do Legislativo da Capital faziam o trabalho voluntariamente, hoje se tornar um parlamentar virou uma “profissão”, com remuneração altamente elevada.
O levantamento, que tem como base dados de 2017 divulgados pela própria Casa de Leis, aponta que por mês um vereador recebe R$ 100,8 mil para verba de gabinete. Além disso, há o recurso das verbas indenizatórias, que pode chegar a R$ 16,8 mil, e o salário do parlamentar, que é de R$ 15.031,76.
Conforme a transparência, por mês cada um dos edis recebe R$ 132,6 mil para legislar, ou seja, em um ano, cada um dos 29 vereadores recebe R$ 1,5 milhão, entre salário e manutenção de seus gabinetes – sem levar em conta o 13°. Ao todo são R$ 3,8 milhões por mês para manter os 29 gabinetes da Casa de Leis.
Esse valor anual representa R$ 46,1 milhões em pagamentos. O montante equivale a 67% dos R$ 68,3 milhões do duodécimo repassado pelo Executivo para a Câmara Municipal. A Casa de Leis tem hoje 602 servidores trabalhando e, desses, 559 são comissionados e apenas 43 efetivos.
Vale ressaltar que o número de contratados para os gabinetes dos vereadores totaliza a maioria dos funcionários do Legislativo. De acordo com a folha de pagamento de janeiro deste ano, 377 fazem as funções de assessores e assistentes parlamentares.
Grande parte está lotada desde o início do mandato atual, em janeiro de 2017, enquanto o restante, 182 comissionados, faz parte do corpo administrativo – presidência, ouvidoria, secretaria-geral, comissão permanente, controladoria-geral, diretoria legislativa, procuradoria-geral da Câmara, diretoria de comunicação e primeira-secretaria.
A média de comissionados por gabinete é de dez pessoas, mas há aqueles que dobram esse número de funcionários, já que podem variar o valor dos salários dos contratados. Por isso, além de se tornarem “vereadores profissionais”, também fazem do trabalho um negócio capaz de gerar empregos e formar um grupo grande de trabalhadores a seu favor.
Os vereadores Carlão (PSB) e Ayrton Araújo (PT) são os que mais empregam na Casa. Em seus gabinetes, encontram-se lotados 20 comissionados. Já o vereador Vinícius Siqueira (DEM) é o que menos contratou. Ao todo, estão à sua disposição sete funcionários.