Após ser denunciado ao MPE (Ministério Público Estadual) por usar os mais de 240 cargos comissionados do TCE-MS (Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul) para acomodar políticos e parentes de envolvidos na administração pública do Estado, eis que o presidente da Corte Fiscal, conselheiro Waldir Neves, encontrou uma saída para continuar com a velha prática.
De acordo com denúncia enviada ao Blog do Nélio, Waldir Neves está utilizando a Digix – Soluções para Gestão Pública – uma empresa terceirizada de Campo Grande especializada no desenvolvimento de soluções tecnológicas e oferecer os serviços aos órgãos públicos – para empregar os parentes mais próximos sem que seja enquadrado como crime de nepotismo, uma prática muito utilizada pelos políticos para favorecer parentes em detrimento de pessoas mais qualificadas.
O presidente do TCE acaba de empregar na Digix, no cargo de analista VIII, a sobrinha Gislene Barbosa Rodrigues. Ela atua na empresa para atender a conta da Secretaria Estadual de Fazenda (Sefaz), mais especificamente a unidade localizada na Rua 7 de Setembro, 676.
Até aí tudo bem, não é mesmo? Errado, pois a sobrinha de Waldir Neves, que foi contratada para ganhar mais de R$ 4 mil por mês, porém, aparece apenas uma vez por mês no trabalho, isso quando aparece. Para cobrir essa falta de comprometimento com o cargo, os outros funcionários são obrigados a fazerem resumo de ponto dela sem colocar as faltas, pois se colocarem no resumo de ponto as faltas eles são punidos.
O Blog do Nélio entrou em contato com o setor de recursos humanos da Digix – Soluções para Gestão Pública e confirmou que Gislene Barbosa Rodrigues é realmente funcionária da empresa. Para quem não sabe, a Digix é uma empresa especializada em desenvolver soluções em software que permitem ao setor público oferecer inúmeros serviços de interesse da população.
Entre os produtos da empresa estão gestão de crédito imobiliário, gerenciamento eletrônico de documentos e gestão de pessoas. Fundada em 11 de junho de 2001, a Digix tem mais de 500 funcionários e, conforme a denúncia, alguns deles estão nos cargos para atender os interesses de cabeças coroadas de importantes órgãos públicos do Estado.
Alô MPE (Ministério Público Estadual), será que não está na hora de passar um pente-fino nos funcionários dessa empresa?