Sob o comando do presidente Waldir Neves, o TCE-MS (Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul) segue firme e forte na contramão do que os outros órgãos do Estado fazem. Depois de vários fiascos no ano passado, o ano mal começou e a Corte Fiscal do Estado segue o mesmo roteiro, mas também tendo 43% dos sete conselheiros com algum tipo de infração na Justiça, conforme levantamento realizado pela Transparência Brasil, que pesquisou a “vida pregressa” de todos os 233 conselheiros em exercício nos 34 Tribunais de Contas do Brasil.
Após virem à tona o silêncio de mais de cinco meses sobre a suspensão da licitação suspeita para a compra de uma “Solução Integrada de Gestão”, que foi divulgada no ano passado pelo Blog do Nélio, e de a Corte Fiscal ser denunciada ao MPE (Ministério Público Estadual) por usar os mais de 240 cargos comissionados para acomodar políticos e parentes de envolvidos na administração pública do Estado, eis que o conselheiro Waldir Neves decide ignorar a denúncia do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) de esquema de corrupção no órgão, mantendo no cago diretor com pedido de prisão preventiva e renovando contrato milionário com a empresa acusada de integrar o plano montado para desviar recursos públicos.
Segundo denúncia do site O Jacaré, em dezembro do ano passado, o Gaeco concluiu a investigação da Operação Antivírus, que apurou esquema para desviar dinheiro do Detran e do TCE, e denunciou 18 pessoas, pedindo a prisão preventiva de dez e, entre eles, está o diretor de administração interna do TCE, Parajara Moraes Alves Júnior. Mesmo assim, o presidente da Corte Fiscal manteve o diretor no cargo que ocupa há três anos.
Nesta semana, a juíza Eucélia Moreira Cassal, da 3ª Vara Criminal de Campo Grande, decide se aceita a denúncia do Gaeco e pode decretar a prisão preventiva do diretor do TCE, que é acusado de integrar a organização criminosa composta pelo ex-presidente da Assembleia Legislativa, Ary Rigo, o dono da Digix, Jonas Schimidt das Neves, o ex-diretor-presidente do Detran/MS, Gerson Claro Dino, e o dono da Pirâmide Central Informática, José do Patrocínio Filho.
A Pirâmide Informática tinha capital de apenas R$ 5 mil e não contava com funcionários na área de tecnologia de informação. A Digix repassou R$ 2 milhões por meio de contrato forjado de prestação de serviços um mês antes de a empresa ser contratada em regime emergencial, sem licitação, pelo Detran, em outubro de 2016. Ganhou na loteria, pois o contrato era de R$ 7,4 milhões.
O esquema decolou de vez em dezembro, quando a Pirâmide venceu o pregão eletrônico do TCE e ganhou o contrato de R$ 9,4 milhões. O Gaeco suspeita que houve armação de Parajara, Luz Alberto e a Digix para beneficiar a empresa de Patrocínio. No entanto, alheio a toda a polêmica e demonstrando não estar interessado em apurar a denúncia, Waldir Neves prorrogou por mais 12 meses o contrato com a Pirâmide, que vai receber R$ 9,4 milhões, conforme edital do contrato publicado no dia 8 deste mês.
Parajara foi um dos alvos da Operação Antivírus em agosto do ano passado e, na ocasião, os policiais encontraram R$ 105,4 mil em sua casa. Ele ainda tinha três telefones celulares especiais antigrampos e contraespionagem, ou seja, era um cidadão precavido contra operações policiais. O mais grave é que ele continua no cargo, apesar da ação penal em que é denunciado por corrupção passiva e ativa, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro, dispensa de licitação, peculato e organização criminosa.
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