Tragédia anunciada: metade do efetivo da Guarda Municipal poderá usar armas
Até dezembro deste ano a metade dos 1,2 mil guardas municipais de Campo Grande poderão utilizar armas de fogo em serviço. A primeira turma, com 200 pessoas, está prevista para começar o curso até o mês de abril graças à parceria entre a Secretaria Especial de Segurança e Defesa Social da Capital e a Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública (Sejusp).
Na prática, o que seria um auxílio para as forças oficiais de segurança pública, leia-se Polícia Militar e Polícia Civil, pode ser um tiro no pé. Afinal, teme-se, com toda a razão possível, que o despreparo psicológico, pois não basta apenas o treinamento sobre o uso correto das armas de fogo, mas também a saúde mental desses homens e mulheres para lidar com armamento no dia a dia das ruas, possa resultar em um aumento do número de homicídios cometidos em Campo Grande.
Inicialmente já apresentava um grande risco ao colocar armas menos letais nas mãos dos agentes públicos, pois há um histórico do uso abusivo e também de incapacitações permanentes e mortes causadas por esse tipo de armamento em outras cidades do Brasil que armaram os guardas municipais. Agora, a concretização dessa proposta de armar esses agentes ganha contornos ainda mais perigosos.
Pensem bem, colocar mais armas de fogo em circulação na cidade não apenas cria uma falsa sensação de segurança, como também contribuirá ainda mais para o aumento das mortes. Ao autorizar o uso de armas de fogo pelos guardas municipais, o Poder Público precisa estar ciente de que colocará em ricos as vidas dos moradores de Campo Grande e , mais que isso, também precisará assumir a responsabilidade por qualquer homicídio que venha a ocorrer.
O outro lado
O titular da Secretaria Especial de Segurança e Defesa Social da Capital, Valério Azambuja, disse que além da capacitação e das ações conjuntas, Campo Grande também terá reforço no efetivo responsável pela segurança da população. “As tratativas com o Governo tiveram início no ano passado quando identificamos a necessidade dessa união de forças”, declarou.
Para ele, o Governo tem toda uma estrutura que conta com academia e demais fatores para qualificação de pessoal, mas falta quantitativo de pessoal. “Já o município tem a mão de obra, mas sem condições de qualificar esses servidores. O resultado será uma redução da criminalidade com segurança mais efetiva nos terminais, praças e vias públicas da cidade com o patrulhamento”, explicou.
Dos 1,2 mil servidores da Guarda Municipal, atualmente apenas 103 foram qualificados para manuseio de arma letal. Eles são autorizados a utilizar calibre 38, de uso pessoal, e calibre 12, sendo disponível uma para cada viatura. E salve-se quem puder!!!!