Os encantos da “Cidade Maravilhosa”, leia-se Rio de Janeiro (RJ), no Carnaval são irresistíveis mesmo para algumas figurinhas públicas de Campo Grande. Depois de colunista que foi, mas voltou a perder “boquinha” na Prefeitura porque curtiu a folia de momo, agora foi a vez do vereador Valdir Gomes (PP) ter problemas em decorrência da festa pagã.
O “nobre” parlamentar confessou fraude na folha de ponto de uma funcionária do tempo em que era coordenador do Centro de Convivência do Idoso “Vovó Ziza”, na gestão do ex-prefeito Gilmar Olarte, para que a dita cuja fosse pular carnaval na cidade maravilhosa ao invés de cumprir expediente no órgão público.
Descoberta a falcatrua do ex-gestor público e agora vereador, só restou a Valdir Neves fazer acordo com o Ministério Público Estadual e aceitar pagar multa civil para uma entidade filantrópica. O caso, conforme o site O Jacaré, foi investigado pelo promotor de Justiça Marcos Alex Vera de Oliveira, que deve ter ficado surpreso com o desfecho da denúncia.
Valdir Gomes e Maria Eufrásia Siqueira, funcionária municipal, foram denunciados por imitar o colunista social Dácio Corrêa, que pretendia receber salário de R$ 8 mil, mesmo faltando ao serviço para pular o Carnaval na cidade maravilhosa.
Maria viajou ao Rio de Janeiro para fins particulares nos dias 19 e 20 de junho de 2015. Na época, nomeado por Gilmar Olarte (PP), Gomes era o coordenador do Centro de Convivência do Idoso “Vovó Ziza”. O problema é que mesmo em viagem, ela assinou a folha de pontos. Valdir Gomes achou que ninguém ia descobrir a fraude e atestou a presença da funcionária.
Só que o caso foi denunciado e o MPE conseguiu comprovar que Maria Eufrásia viajou ao Rio em horário de expediente. E pior, mentiu que cumpriu o expediente normalmente. Ela e o vereador admitiram os crimes de improbidade administrativa e falsidade ideológica. Marcos Alex propôs termo de acordo extrajudicial, que foi aceito por ambos.
O vereador concordou em pagar multa civil de R$ 4.309,86, que serão parcelados em dez meses e repassados para a Orionópolis – Cotolengo Sul-mato-grossense, entidade católica que atende crianças, com paralisia cerebral grave, vindas de famílias carentes.
Maria Eufrásia vai repassar R$ 1,5 mil à mesma instituição e também em 10 parcelas. Os dois terão os nomes inscritos no Cadastro Nacional de Condenados por Improbidade Administrativa.
Amizade perigosa
O pior de tudo é que o prefeito Marquito Trad (PSD) está se aproximando cada vez mais do vereador depois que a ex-secretária municipal de Educação de Campo Grande, Ilza Mateus de Souza, pediu exoneração. Com a intenção de agradar o atual presidente da Comissão Permanente de Educação e Desporto da Câmara de Vereadores, vereador Valdir Gomes (PP), para ter parceria dele na aprovação de projetos e ações que envolvam assuntos relacionados com a pasta, ele nomeou Elza Fernandes Ortelhado, que ocupava o cargo de superintendente municipal de Educação.
Para quem não sabe, a “Professor Elzinha”, como é mais conhecida no meio, é cabo eleitoral de Marquito Trad há anos e amiga pessoal de Valdir Gomes. Portanto, nada mais prático, em uma única tacada, Marquito colocou no cargo uma pessoa de sua confiança para facilitar a “administração” na Educação e que também satisfaz o presidente da Comissão Permanente de Educação e Desporto da Câmara de Vereadores, que vai ajudar Marquito nos trâmites de matérias do seu interesse na Casa de Leis.
Em troca, Valdir Gomes terá plenos poderes para lotear os cargos dentro da Secretaria Municipal de Educação. Já diz o velho ditado: diga-me com quem tu andas, que eu te direi quem tu és.