O Tribunal de Apelações da 2ª Secção da Justiça do Paraguai, composta pelos juízes José Agustín Fernández, Delio Vera Navarro e Bibiana Benítez, confirmou a decisão do juiz do Tribunal Criminal de Garantias, Lici Sánchez, que, no dia 6 de setembro, ordenou a extradição do traficante brasileiro Jarvis Chimenes Pavão para o Brasil. O pedido de extradição do chefão da droga no Paraguai partiu do Tribunal Federal de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, onde Pavão foi condenado por tráfico internacional de cocaína, associação e criminosa.
Os advogados de Pavão recorreram da decisão do juiz, alegando que o juiz não tinha notificado a defesa com os documentos complementares que os tribunais brasileiros entregaram pedindo a extradição. No entanto, os juízes observaram na resolução que “é claro que a defesa teve conhecimento do documento e podemos dizer que a decisão no julgamento final não é baseada em performances desconhecidos para a defesa.”
Fuga
O traficante brasileiro Jarvis Chimenes Pavão, que está cumprindo os dois últimos meses de sua sentença no Paraguai, escreveu uma carta em que afirma ser “um homem de códigos” e que não está envolvido em um plano de fuga como afirma a Polícia, que, por sua vez, já reforçou a segurança no Grupo Especializado, onde ele está preso em Assunção, capital do Paraguai.
Na carta divulgada na segunda-feira (16), Jarvis Chimenes Pavão escreveu que deixa sua “palavra do homem de códigos que não estou planejando qualquer plano de fuga, nem que qualquer facção virá para me resgatar, pois nunca pertenci a nenhuma organização criminosa.
Os relatórios de inteligência da Polícia indicam a possibilidade de um plano de resgate de Pavão antes de ser extraditado para o Brasil após cumprir sua sentença no Paraguai em dezembro. Após o relatório de inteligência da Polícia, a segurança no Grupo Especializado, onde o narcotraficante preso, foi fortalecida ao mais alto nível nos últimos dias, até mesmo com a presença de soldados do Exército do Paraguai, que patrulham o ar e a água.
Em relação à extrema vigilância em seu lugar de confinamento, Jarvis reclamou em sua carta que supostamente 20% da Polícia do Paraguai foi deslocada para sua proteção, enquanto “outros cidadãos estão desprotegidos e expostos a qualquer flagelo de insegurança pode imaginar”. Por outro lado, a advogada dele, Laura Casuso, falou ontem que, na verdade, o plano é para executá-lo e não para resgatá-lo.
Ela insinuou ainda que o Governo realmente está procurando é pressionar Jarvis para que queira escapar e assim poder executá-lo na tentativa de fuga. A advogada falou que os supostos articulares do plano seriam pessoas importantes ligadas às empresas do presidente da República, Horacio Cartes.
Em referência a esse ponto, ela não quis dar nomes, mas afirmou que tem áudios que podem comprovar as acusações. Laura Casuso também exortou o Ministério Público a investigar os relatórios de inteligência divulgados pela Polícia.