A série de incursões realizadas ontem (28) pela Polícia do Paraguai nas celas do Grupo Especializado, localizado na cidade de Assunção, capital paraguaia, evidenciou a forte rede de informantes que tem o narcotraficante brasileiro Jarvis Chimenes Pavão, que na noite anterior já sabia da operação surpresa.
O promotor Hugo Volpe e um grande grupo de policiais de diferentes unidades de elite começaram revistas nas celas do Grupo Especializado e, de acordo com a versão oficial, o mandado de busca autorizava o pente-fino apenas nas celas de Sergio Daniel Ramírez Aguilar, Arnaldo Aniano Martínez Riquelme, Reinaldo de Araújo e dos membros do grupo criminoso brasileiro PCC (Primeiro Comando da Capital) Rodrigo Zapata, Thiago Ximenes, Valdecir Goncalves e Héctor Arüello.
No entanto, desde o início, a hipótese era que o pente-fino foi direcionado a Pavão, que está cumprindo os últimos três meses de sua sentença de oito anos no local e depois será extraditado para o Brasil, onde outra sentença de 50 anos o aguarda. A informação que os investigadores repassaram é de que esses sete presos operavam para o narcotraficante e planejavam novos golpes.
Na verdade, Laura Casuso, advogada de Pavão, foi uma das primeiras a chegar ao local muito antes do próprio efetivo da Polícia que faria o pente-fino.
Além disso, a advogada admitiu que sabia desde quarta-feira (27) sobre a operação surpresa. “Eu tenho muitos informantes em todas as áreas”, disse a advogada de Pavão, que obviamente avisou seu cliente e ele simplesmente se preparou para receber policiais e procuradores.
Após o procedimento dramático, Casuso foi despachado enfaticamente contra o presidente da República, Horacio Cartes. “A crueldade vem do Poder Executivo. Você não pode cobrir o sol com um dedo”, disse a advogada Laura Casuso ao rádio ABC Cardinal. Em uma entrevista exclusiva ao jornal ABC Color há um ano, Pavão e sua advogada ameaçaram mostrar provas significativas contra o governo do presidente Horacio Cartes se a extradição fosse confirmada.