O Departamento de Amambay, na fronteira seca do Paraguai com o Brasil e que continua dominada pelas organizações criminosas, registrou mais de 1.500 assassinatos nas duas últimas décadas. Apenas no sábado (26), teve outro homicídio na capital, Pedro Juan Caballero, e, a maioria deles é cometido por contrato, ou seja, são encomendados.
O último assassinato até agora nesta parte do Paraguai foi relatado no sábado quando o corpo de um homem foi encontrado todo crivado de balas. A descoberta do cadáver ocorreu no Bairro dos Genes Gerais, ao lado do cemitério.
A vítima foi identificada como Edison David Gauto Pereira, também conhecido como “Coquito”, um paraguaio de 24 anos, com vários antecedentes criminais ao seu dispor e que residia em Santa Teresa, um bairro de operários de Pedro Juan Caballero.
O médico forense Gustavo Galeano, que inspecionou o cadáver, descobriu que Edison foi baleado com duas balas na cabeça e teve dois tiros no peito e no braço esquerdo.
Além disso, teve uma grande ferida cortada na parte de trás, aparentemente produzida com uma espécie de machete, de acordo com dados obtidos da Polícia.
Estatísticas assustadoras
Uma conta atualizada compilada junto à Polícia indica que, de janeiro a julho deste ano, pelo menos 72 pessoas foram assassinadas no Departamento de Amambay e também na fronteira seca com o Brasil, sendo que casos geralmente envolvem brasileiros e começaram do lado paraguaio. Além disso, somente neste mês de agosto, há pelo menos oito crimes na fronteira.
Desde a instalação da redação regional, que operou em Pedro Juan Caballero desde 1995, o jornal ABC Color já publicou mais de 1.500 casos de homicídios, o que dá uma média de arrefecimento de quase 70 mortes por ano ou cinco crimes por mês, ou seja, mais de um caso por semana.
Essas estatísticas foram elaboradas levando em consideração até mesmo os casos de cadáveres encontrados por presunção de homicídio, como a de sábado em Pedro Juan Caballero, uma vez que geralmente a Polícia local inclui apenas na contagem dos assassinatos perpetrados por assassinos ou outros tipos de ataques.
Os povos indígenas também têm uma alta taxa de mortalidade em suas comunidades, embora esses números sejam frequentemente ignorados pela Polícia. A maioria dos homicídios que ocorrem na fronteira é cometido por pistoleiros, ou seja, são assassinos encomendados. Os crimes encomendados lideram os números ligados às mortes na fronteira.