Segurança Pública funciona para ricos enquanto irmãos conduzidos pelo DOF continuam desaparecidos

Passados 17 dias do desparecimento dos irmãos Rodney Campos dos Santos, 27 anos, e Edney Bruno Ortiz Amorim, 20 anos, as autoridades de Segurança Pública do Estado ainda não tem pistas para o caso. Eles foram vistos pela última vez no dia 12 de agosto sendo abordados por uma guarnição do DOF (Departamento de Operações de Fronteira) em um posto de combustíveis localizado na rodovia MS-164, no município de Ponta Porã (MS), próximo à entrada para a cidade vizinha de Antônio João (MS).

Ao mesmo tempo em que o filho de um grande empresário da mesma região foi sequestrado um grande aparato de segurança foi mobilizado para resolver o caso que teve desfecho favorável. A pergunta é: filho de rico na mão do crime mobiliza aparato público com grande maestria enquanto filhos de gente humilde quando some depois de um encontro com a polícia ninguém sabe, ninguém viu. Por quê?

Bem, a falta de informações que possam levar ao paradeiro dos dois irmãos contribui para aumentar a suspeita de que os policiais do DOF sejam os responsáveis pelo desaparecimento. A Delegacia de Homicídios, com sede em Campo Grande, e o próprio DOF estão investigando o caso, sendo que os quatro policiais vistos na abordagem aos jovens já foram afastados das funções, mas a versão oficial deles para o caso não foi divulgada.

Na semana passada, o diretor do DOF, coronel PM Kleber Haddad Lane, disse que informalmente os policiais alegaram que após deixarem o posto de combustíveis liberaram os irmãos, sendo que o Golf preto utilizado por Rodney Campos dos Santos e Edney Bruno Ortiz Amorim foi encontrado no mesmo dia do desaparecimento, em território paraguaio, do outro lado da cidade de Ponta Porã. Porém, as imagens das câmeras de segurança do estabelecimento mostram que, após serem revistados pelos policiais, um deles foi conduzido na viatura e o outro no Golf.

A família já fez, no dia 15 de agosto, um boletim de ocorrência de desaparecimento após a circulação dos vídeos nas redes sociais. Em um deles, com um minuto e dois segundos, aparece os dois sendo abordados e os policiais fazendo vistorias no veículo. O outro também de um minuto e dois segundos acaba no momento em que um dos jovens entra no banco traseiro do Golf.

Neste mesmo momento, no fim do vídeo, um policial entra pela porta do motorista, outro policial pela porta do passageiro do carro de passeio e, ao fundo, aparece o outro rapaz entrando na viatura do DOF. Rodney, visto entrando na viatura, tem passagem por tráfico de drogas. Além disso, um novo vídeo mostra que o carro dos jovens estava sendo conduzido escoltado pela viatura do DOF na região da Fazenda Itamarati, que é passagem obrigatória para quem usa a MS-164, que liga Maracaju a Ponta Porã.

Buscas

Nesta quarta-feira (23/08), foram encerradas sem sucesso as buscas aos irmãos feita por três grupos formados por homens do Corpo de Bombeiros, guardas municipais e amigos dos rapazes desaparecidos. Eles percorreram estradas, açudes, rios e a Lagoa Proibida, na região do distrito Nova Itamarati, mas nenhuma pista foi localizada.

“Fizemos tudo o que podíamos, mas não achamos nada”, afirmou à imprensa o secretário municipal de Segurança Pública de Ponta Porã, Marcelino Nunes, que liderou as buscas.

Segundo ele, o grupo percorreu a estrada velha de acesso ao município de Antônio João, a localidade conhecida como Bafo da Onça, e a Lagoa Proibida, onde mergulhadores do Corpo de Bombeiros fizeram uma varredura, mas nada foi encontrado. “Nada, gente, que triste, mas não vamos desistir”, escreveu em um grupo de Whatsapp uma amiga dos irmãos desaparecidos.

Marcelino Nunes disse que a Guarda e o Corpo de Bombeiros ficarão mobilizados e à disposição dos familiares, mas outras buscas só serão feitas em caso de novas pistas. Essa foi a segunda vez que buscas são feitas na região do distrito. No fim de semana, amigos e familiares percorreram as margens dos lagos, mas também não encontraram vestígios.

O SEQUESTRO

O garoto Pedro Pedro Urbieta de Souza, de 12 anos, que foi sequestrado na manhã do dia 17 em Ponta Porã, foi libertado pelos sequestradores depois que a família pagou parte do resgate exigido pelos criminosos.

Os sequestradores deixaram o menino nas proximidades do batalhão da Policia Nacional na cidade de Pedro Juan Caballero. Alguns familiares foram ao encontro do menino para busca-lo. O garoto não apresentava ferimentos e foi levado para cassa e recebido com festa por dezenas de pessoas que aguardavam o desfecho do sequestro.

Pedro Urbieta de Souza, de 12 anos, esteve por horas na mão de bandidos. Ele é filho mais novo de um comerciante proprietário de uma loja de material de construção em Pedro Juan Caballero chamado Itapopó Home Center. O carro onde ele estava foi interceptados por dois homens encapuzados  num veículo Gol com placa brasileira.

De acordo com Testemunhas informaram que o menino estava indo para a escola a bordo de um carro conduzido por um motorista de sua família. Os sequestradores então bloquearam seu caminho e apontaram armas e na sequência levaram o menino sequestrado.

A polícia brasileira foi mobilizado juntamente com Policiais de Pedro Juan Caballero, e trabalharam para resolver o caso.

Contudo os sequestradores entraram em contado e pediram a quantia de R$ 1 milhão para o resgaste. O contato foi feito com a família da vítima. O pai do garoto é o empresário conhecido tanto em Ponta Porã como em Pedro Juan Caballero, Alexandre Reichardt de Souza.

Depois de várias negociações o caso terminou com o adolescente libertado.

E agora? Com a resposta a cúpula da Secretaria de Segurança Pública do Estado.