O regime de terror foi instalado na Semed (Secretaria Municipal de Educação), mais precisamente nos setores que cuidam dos ensinos Fundamenta e Médio. Denúncia encaminhada para o Blod do Nélio dá conta que as chefes dos dois setores, Patrícia Pato e Carla Brito, respectivamente, estariam usando a força dos cargos que ocupam para fazer ameaças constantes junto aos subordinados, bem como tratar com desrespeitos os funcionários.
Além disso, as duas chefonas pensam que são verdadeiras mafiosas e faltam com ética em diversos casos envolvendo os subalternos na Gefem. Para se ter ideia, caro leitor, de acordo com a determinação da coordenadora Patricia Pato, os servidores estão proibidos de ausentarem-se para lanchar.
Devem alimentar-se na sala, mesmo com o mau cheiro que fica no local, fato que incomoda a todos. Eles também estão proibidos de utilizarem o local indicado para tal atividade, o refeitório. Há caso de pessoas que fiscalizam quem desobedece a ordem.
As secretárias das chefias, identificadas como Sandra e Adriana, além de outros servidores de confiança, desempenham essa função de fiscais. Os servidores também não podem fazer uso do banheiro sem autorização antecipada. Devem antes pedir autorização. Caso saiam sem avisar, os fiscais avisam as chefias.
Os fiscais também controlam quantas vezes os servidores levantam das cadeiras, com quem conversam e repassam à chefia ao fim do expediente. Os servidores estão sendo obrigados a utilizar carro e combustível próprio para ir às escolas sob a
ameaça de serem demitidos caso se neguem ou questionem.
A fala da coordenadora Patricia foi pontual e ameaçadora: “se quiser continuar aqui na Secretaria, vai ter que usar o seu carro e sua gasolina sim, caso contrário, se for convocado vai pra rua e se for efetivo, volta pra escola”. Os únicos que podem utilizar o carro da Secretaria são os amigos da chefia.
Os demais devem usar o carro próprio. Os servidores são obrigados a visitar todas as escolas da Reme (Rede Municipal de Educação), inclusive rurais com recursos próprios a cada dois meses sem qualquer ajuda de custo e sob pena de demissão, caso descumpram a ordem.
Segundo a superintendente Carla Brito, os servidores, no caso do sexo feminino, estão proibidos de postarem fotos de biquínis em suas redes sociais. Ou seja, o clima de terror e fiscalização digna de verdadeiros nazistas também monitora as redes sociais de cada servidora.
As chefias Carla Brito e Patricia Pato, além das ameaças, também têm o hábito de gritar com os servidores e humilhar. Fazem isso com grande tranquilidade, na frente de todos, sem temer nada. Demitem com grande facilidade qualquer um que questione ou descumpra suas ordens.
Na Secretaria, a maioria das vagas do estacionamento foi reservada às chefias. Dessa forma, ficou fácil observar que elas chegam ao local de trabalho todos os dias por volta das 9h30. Nas sextas-feiras, o estacionamento fica vazio o dia todo. Somente os amigos das chefias podem utilizar essas vagas, enquanto os demais servidores devem estacionar o carro no lado de fora da Secretaria.
Segundo a ordem da Coordenadora Patrícia, não deve ficar nenhum material das escolas dentro da Secretaria, sendo que os servidores devem levar para suas casas. Dentro da Secretaria não pode ficar material que é da Secretaria. Segundo determinação, os servidores devem montar depósitos em suas residências.
Os fiscais também vigiam o horário de chegada e saída de cada servidor, somente amigos da chefia podem chegar depois do horário. Uma servidora, que é amiga da coordenadora Patrícia, chega todos os dias às 8h30 sem constrangimento algum, pois foi autorizado pela amiga.
Nesse período de férias, somente amigos da chefia e apadrinhados foram convocados na Superintendência da Carla Brito. A coordenadora Patrícia foi clara: “somente quem é apadrinhado ou quem eu quiser, será convocado nessas férias”. Depois de uns dias disse que ninguém seria, mas de fato somente essas pessoas citadas por ela, foram convocadas.
Cadê a secretária Ilza Mateus? Cadê o prefeito Marquito Trad? É, caro leitor, parece que voltamos aos tempos da ditadura militar, quando mandava quem podia e obedecia quem tinha medo.