Resistindo às promessas não cumpridas e pela precária condição de trabalho que perdura há anos, policiais civis de Mato Grosso do Sul e há uma semana acampados em frente a governadoria, no Parque dos Poderes, em Campo Grande, acusando o Governo de estar lançando notícias inverídicas para prejudicar o movimento e interferir de forma errônea na opinião pública.
Nessa quarta-feira, a assessoria de imprensa do Sinpol – Sindicato dos Policiais Civis, emitiu uma nota dizendo:
“Ao contrário do que o governo estadual tem noticiado, muitos candidatos à policiais civis apoiam a ação judicial impetrada pelo Sinpol-MS em suspender o certame devido à falta de transparência na produção do edital, no qual a entidade foi impedida de participar de todos os atos. Outra preocupação da entidade é a demora em nomear os aprovados, justamente por “falta de recursos” para pagamento. “Toda contratação gera impacto financeiro e se a crise anunciada pela administração estadual é tão grande assim, provavelmente ela durará até o final de sua gestão”, analisou o presidente do Sinpol-MS, Giancarlo Miranda. O edital que estava engavetado há meses foi publicado justamente logo após a categoria acampar em frente à governadoria em protesto ao governo do estado.”
Na mesma missiva, o Sinpol relata que a bacharel em direito, Vânia Bernardes, está estudando para o concurso há cerca de dois anos e apoia a ação do Sinpol-MS. “O sindicato está lutando também pelo meu futuro. Se eu ingressar na instituição quero ter todo meu esforço e dedicação valorizados. A ação impetrada no início do certame não nos prejudica, pois ainda há tempo hábil para resolução da questão ”, afirmou a candidata ao cargo de delegada e investigadora.
Segundo a pretendente à função de escrivã, Miriã Ribeiro, justamente por ser um concurso da Polícia Civil, o processo deve ter lisura. “Corriqueiramente vemos casos de fraudes em concursos e favorecimentos. O Sinpol-MS está certo em pedir transparência em todos os atos, pois assim será mais difícil a prática das ‘cartas marcadas’”, destacou.
Diversos candidatos ao concurso procuraram o sindicato pessoalmente, via redes sociais e e-mails, solicitando intervenção para suspensão do certame, pois segundo eles, os prazos estão apertados, há dubiedade em alguns itens e o site está com mal funcionamento para fazer a inscrição.
Acampamento
Há uma semana os policiais civis de Mato Grosso do Sul permanecem acampados em frente à Governadoria em protesto contra o Governo do Estado que não cumpriu os compromissos firmados com a categoria em 2014, durante a campanha eleitoral, e ratificados em 2016 pelos secretários estaduais Eduardo Riedel e Carlos Alberto Assis.
A manifestação começou no dia 7 de junho e nesta quarta-feira (14) completa uma semana de protesto, que não tem data para terminar. “Permaneceremos aqui dia e noite, protestando pacificamente, até que o governador atenda à categoria. Estamos indignados com as falsas promessas de um governo que afirma ser responsável e transparente, mas que não cumpre a própria palavra empenhada e assinada”, destacou o presidente do Sinpol-MS, Giancarlo Miranda.
O grupo instalou tendas, barracas para dormir, banheiros químicos e até um espaço para as refeições. Foi montada uma escala de rodízio para que o atendimento à população não seja prejudicado durante a manifestação, porém durante o dia todos os policiais civis da ativa e aposentados estão convocados a participarem. Eles têm pernoitado no local, apesar das temperaturas baixas e da chuva dos últimos dias e prometem ficar até que o governo atenda os pleitos da classe.
“Há muito tempo a categoria tem buscado o diálogo, porém só temos recebidos informes. Vamos permanecer aqui, na porta dele, à disposição para conversar sobre quando ele vai cumprir a própria palavra”, declarou Giancarlo Miranda.