Os vereadores Dr. Wilson Sami (PMDB), João César Mattogrosso (PSDB), Junior Longo (PSDB), Dr. Antonio Cruz (PSDB), Pastor Jeremias Flores (Avante) e Dr. Loester (PMDB) são os líderes do ranking dos parlamentares da atual legislatura da Câmara de Campo Grande que não apresentaram nenhum projeto de lei até agora, ou seja, zero projetos em três meses e meio desde a abertura dos trabalhos.
Esses seis vereadores contribuem para envergonhar ainda mais a imagem já arranhada da Casa de Leis, que até o presente momento ainda não publicou no DioGrande (Diário Oficial de Campo Grande) o edital para a realização oficial do concurso para provimento de cargos efetivos na Câmara Municipal de Campo Grande prometido para o último dia 23 de maio deste ano.
A Casa de Leis realizou sua primeira sessão este ano em 15 de fevereiro, reformulada por novos representantes e mandatários reeleitos em 2016. De acordo com consulta à base de dados do processo legislativo da Câmara, os vereadores Antonio Cruz (PSDB), Loester (PMDB), João César Mattogrosso (PSDB), Junior Longo (PSDB), Pastor Jeremias Flores (Avante) e Wilson Sami (PMDB) são os únicos que não propuseram projetos de lei até a semana passada.
Entre os seis vereadores, o caso mais repugnante é o de Antonio Cruz, pois, se já não bastasse receber salário de R$ 31,8 mil da Câmara, ainda ganha R$ 4 mil da Prefeitura de Campo Grande para ser dono do próprio hospital. Antônio Cruz, que já está no quinto mandado de vereador de Campo Grande, tem subsídio mensal de R$ 15.031,76 por mês como vereador. Além disso, ele tem direito a verba indenizatória de R$ 16,8 mil mensal.
Ou seja, só para atuar como vereador, ele já recebe um bom salário e poderia abrir mão do vencimento como médico na rede municipal de saúde, que sofre com a falta de médicos, de dinheiro, de remédios e de vagas nos hospitais. Além disso, como administra o Hospital Evangélico de Campo Grande, ele não tem tempo para atender em uma unidade básica de saúde e, então, solicitou ao prefeito Marquito Trad (PSD), a sua cedência para o seu hospital.
Apesar da política rigorosa de reduzir gratificações e não permitir a cedência de servidores para outros órgãos públicos, o prefeito aceitou o pedido do vereador tucano e publicou, na edição do Diário Oficial de Campo Grande, a cedência do médico Antônio Cruz para o Hospital Evangélico, com a manutenção do pagamento do salário integral, que foi de R$ 4.072,05 no mês passado.
Cruz fundou o Hospital Evangélico em 1994, seis anos após ser eleito vereador pela primeira vez. Desde então, sempre usando a estrutura do hospital, ele fez a carreira política, onde já se elegeu deputado federal por três ocasiões e vereador por cinco.
A sociedade fica indignada porque o município paga salário integral para o pastor trabalhar como “dono” do seu próprio hospital. Ou seja, enquanto nega gratificações e reduz salários de quem dá o sangue pela máquina municipal, o prefeito não corta o salário de quem não tem tempo de se dedicar à rede pública.
E pior ainda é o vereador, que deveria dar exemplo nos tempos de austeridade e vacas magras, mas segue nadando nas regalias possíveis graças ao mandato popular lhe outorgado por 3.380 eleitores no ano passado.
Concurso
Se já não bastasse a falta de trabalho em prol da sociedade campo-grandense, os vereadores também desrespeitam determinação do MPE (Ministério Público Estadual. Para quem não saber, no dia 17 de fevereiro deste ano, em reunião na Câmara de Vereadores, foi assinado o contrato com a Fapec (Fundação de Apoio à Pesquisa, ao Ensino e à Cultura), instituição ligada à UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), para a realização oficial do concurso para provimento de cargos efetivos na Câmara Municipal de Campo Grande.
Na época, o contrato, assinado pelo presidente da Casa de Leis, João Rocha, pelo 1° secretário, vereador Carlão, pelo secretário-executivo da Fapec, Reinaldo Fagundes, e pelo gerente-administrativo da Fapec, Márcio Coutinho, previa que o edital do concurso fosse publicado até o dia 23 de maio deste ano, mas, até agora, nada.
A previsão, que atende uma determinação do MPE, é que fossem abertas 14 vagas para cargos de nível fundamental, 61 para nível médio e 20 para nível superior. Além disso, na época, ou seja, dia 17 de fevereiro, foi divulgado que as taxas de inscrição seriam de R$ 70 (nível fundamental), R$ 90 (nível médio) e R$ 110 (nível superior).
O prazo acabou e nada de a Câmara da Capital publicar o edital, deixando a população na mão e desrespeitando uma determinação do MPE, pois, para quem não sabe, a Casa de Leis não promove concurso público há 13 anos – pasmem, mas desde de 2004 não é realizado esse tipo de processo seletivo -, e, por isso, foi necessária a intervenção para que as contratações sejam revistas.
Pois, para espanto de todos os cidadãos campo-grandenses, dos 702 servidores da Casa de Leis, 657, ou seja, 93,5%, são comissionados e somente 45, apenas 6,41%, entraram na Câmara de Vereadores por meio de concurso público.
Em decorrência do pleito municipal realizado no último dia 2 de outubro do ano passado, o concurso público da Câmara de Vereadores de Campo Grande ficou para o primeiro semestre deste ano e, mesmo assim, depois de o MPE acionar na Justiça a “atuante” Casa de Leis, que tem funcionários comissionados em excesso.
Pois, para espanto de todos os cidadãos campo-grandenses, dos 702 servidores da Casa de Leis, 657, ou seja, 93,5%, são comissionados e somente 45, apenas 6,41%, entraram na Câmara de Vereadores por meio de concurso público.
Em decorrência do pleito municipal realizado no último dia 2 de outubro do ano passado, o concurso público da Câmara de Vereadores de Campo Grande ficou para o primeiro semestre deste ano e, mesmo assim, depois de o MPE acionar na Justiça a “atuante” Casa de Leis, que tem funcionários comissionados em excesso.
E agora MPE? Será que o concurso público da Câmara de Vereadores de Campo Grande subiu no telhado?
Com as respostas à população, o MPE, pois da Câmara não dá para esperar outra coisa, não é mesmo?